domingo, 30 de outubro de 2011

Governantes Político-Privados


1 Portefólio de luxo!


(É conveniente visualizar as imagens em ecrã inteiro)







Evolução dos rendimentos de 15 ex-governantes.

Começa com dados sobre os seus rendimentos antes de passarem pelo poder e termina com dados dos rendimentos após essa passagem.
Com base no livro de António Sérgio Azenha; Como os políticos enriquecem em Portugal, recentemente editado, pela Lua de Papel.



A partir de:   Expresso  e   reviralhos


sábado, 29 de outubro de 2011

Considerações intempestivas!



- A cristalinidade das águas!



- Exª:


1 - Você não é uma “ameaça” à sociedade, porque você dá-se, ou instála-se, em qualquer, seja qual for...

- Você, caso pudesse, e, fosse levado a sério;

- Seria, uma ameaça ao indivíduo,
- Seria uma ameaça às liberdades individuais,
- A sua mente, caro senhor, ainda não emergiu da idade das trevas!

- V. Exª; é um medievo. V. Exª, ainda julga o mundo plano (apesar de Erastótenes ter calculado o raio da Terra há já – 2 250 anos, e de Fernão de Magalhães a ter circum-navegado à 500).

- Você, não passa de um enfado!
- Você é um longo bocejo!

- Caso pudesse, caro senhor – você seria;
- 1 torcionário da mente!
- 1 amputador do livre pensamento!
- 1 poderoso biocida!

- Caso pudesse, caro senhor – você seria;
- 1 arrasador de montanhas,
- 1 aplanador de relevos,
- 1 alisador de superfícies.

- Você, olha para o mundo como 1 plano monótono,
- O seu mundo, caro senhor, é bidimensional.

- Você, é uma chatice – é o tédio personalizado!

- V. Exª é uma monotonia a perder de vista!


2 - Você, é um espartilho!

- V. Exª, reduz a complexidade deste mundo a 1 conjunto de compartimentos contíguos, iguais e todos higienicamente esterilizados!

- Você desinfecta, maniacamente, o mundo - a cada minuto – para enfrentar o quotidiano!

- V. Exª, não é uma pessoa – é um rudimento!


- Enquanto professor (caso o seja), você não é 1 estímulo – é uma inibição!

- Caso pudesse, caro senhor, você seria uma ameaça a tudo o que brota livre!


- Mas, acima de tudo, caro senhor, caso fosse levado a sério – V. Exª afigurar-se-ia apenas como 1 imbecil!



Ver  "Sol"  e   2+2=5


domingo, 23 de outubro de 2011

Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais (ONU)



Petição - Amnistia Internacional (divulgação):






O Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais é uma ferramenta crucial para garantir o respeito por direitos tão essenciais como o direito a alojamento adequado, alimentação, água, saúde, trabalho, educação e segurança social negados diariamente.
Peça ao Governo Português para ratificar o Protocolo e garantir todos os seus direitos.


O Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, irá permitir que indivíduos e grupos procurem justiça através da ONU quando os seus direitos sejam violados pelo governo e não conseguirem obter justiça localmente.


A 24 de Setembro de 2009, o Protocolo foi aberto para assinatura e ratificação pelos Estados.


Portugal assinou o Protocolo a 25 de Setembro de 2009, mas - três anos depois - ainda não o ratificou, apesar de ter tido um papel pioneiro da redacção deste documento.


Para que a população portuguesa tenha acesso a estes mecanismos, o Governo Português tem que ratificar o Protocolo, tornando-os lei.


Assine a petição pedindo que Portugal ratifique este Protocolo.


______________

(Petição - divulgação)



Ministro dos Negócios Estrangeiros
Dr. Paulo Portas
Ministério dos Negócios Estrangeiros
Largo das Necessidades - Palácio do Rilvas
1399-030 Lisboa

Vossa Excelência Dr. Paulo Portas


Expresso a minha satisfação perante o papel pioneiro desempenhado por Portugal na elaboração do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, que está aberto à assinatura, ratificação e adesão desde Setembro de 2009.


Desde essa data, apenas dois países ratificaram este Protocolo, o que está a impedir a sua entrada em vigor. Tendo em conta o papel de Portugal na elaboração deste Protocolo assim como a Resolução da Assembleia da República de 9 de Julho de 2010 que recomenda ao Governo Português que o faça, apelo a Vossa Excelência para que ratifique o Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, garantindo assim às vítimas de violações dos direitos humanos, em particular dos direitos económicos, sociais e culturais, o acesso efectivo a recursos necessários para a realização daqueles seus direitos.

Desta maneira, Portugal demonstrará um compromisso claro na garantia de que todas as pessoas, em particular as que vivem em situação de pobreza, têm acesso à justiça internacional quando os seus direitos são violados e não conseguem obter compensação no seu próprio país.

Atentamente,



Petição em:   Amnistia Internacional   


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"heróis do mar ..."


(ou “cada povo tem o país que escolhe e que merece” ...)



Por ocasião deste período (particularmente) festivo, como é o da apresentação do O E para 2012 – exige-se uma, singela (embora, necessariamente, entusiástica) homenagem a este governo, e, a este país.

Nela reservando – merecidamente, será forçoso reconhecer -, um particular destaque a todos os inefáveis, e proféticos, mensageiros das suas (do orçamento) milagrosas virtudes.





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Em homenagem aos inominados




Os 10 anos


1 - Os 10 anos do 11 de Setembro de 2001 foram (serão) profusos em divulgações, debates, imagens e cerimónias (à semelhança dos 9 anteriores).
- Já os mesmos 10 anos do 7 de Outubro de 2001 e os 8 anos do 19 de Março de 2003 (assim como certamente os 10 anos), não tiveram (ou não terão) esse privilégio.
(O 07/10/2001 e o 19/03/2003; datas sem qualquer carga simbólica, nem relevância, pelo menos no ocidente, ao contrário do 11/09/2001 – foram os dias da invasão do Afeganistão e do Iraque respectivamente –, este facto só por si, é já bastante significativo).

- Os títulos de inúmeros artigos, repetem, até à exaustão, as ideias-chave difundidas nos (e pelos) EUA e mundo ocidental:
- “11 de Setembro o dia em que o mundo mudou para sempre”,
- “11 de Setembro o dia do atentado terrorista mais mortífero da história”,
- “11 de Setembro o atentado terrorista mais brutal da história”,
- “11 de Setembro o dia em que tudo mudou”,

- Ficámos ainda a conhecer todo o tipo de dados e pormenores – divulgados à escala planetária:
- “1 283 milhões de dólares aprovados pelo Congresso para 'operações militares, segurança de base, reconstrução, ajuda externa, custos de embaixada e saúde dos veteranos' após o 11/09 ...”,
- “10 mil bombeiros, polícias e civis que responderam ao ataque no World Trade Center (WTC) têm stress pós-traumático”,
- “6 700 milhões de dólares foi o custo estimado em 2002 para a reconstrução das Torres Gémeas”,
- “10 858 pedaços de corpos humanos encontrados nos dias dos ataques”,
- “1 506 toneladas de destroços removidas do local”,

- Por oposição, os dados sobre os 8 anos de invasão do Iraque – divulgados pelo invasor – escasseiam (assim como escassearão sobre os 10 anos, por antecipação). Os EUA sempre se recusaram a fornecê-los – em particular os dados sobre o nº total de vítimas iraquianas.
- Fontes oficiais americanas, chegaram a alegar que “não contabilizavam terroristas ...”. Isto num contexto em que os terroristas eram (são) eles próprios – os invasores.

- Os mais de 1 milhão de mortos e os mais de 4 milhões de desalojados e refugiados, são as vítimas de uma campanha de propaganda mundial – construída a partir de 1 punhado de mentiras e de documentos forjados.
- Naquilo que constitui, seguramente, 1 dos maiores embustes da história (gozando os responsáveis de total impunidade – os imperadores não reconhecem as Leis Internacionais e são inimputáveis).

- E, devido a 1 qualquer acidente geográfico, o Iraque não fica situado no “civilizado” Ocidente (assim como o Afeganistão), logo os seus habitantes não gozam do estatuto de pessoas de direito próprio – são, antes, coisas ou seres de 2ª (descartáveis), sem direito ao escrutínio e à memória que outros têm, ou merecem …


2 – Por curiosidade, segue-se uma lista de alguns (36) programas/documentários, acerca do 11 de Setembro (a propósito do 10º aniversário do atentado), - difundidos mundialmente.
(A lista – extensa, embora não completa – é apenas referente às exibições de canais “temáticos”, sem qualquer referência aos canais “generalistas”, ou não, nem à imprensa de cada país …).

- Cada programa/documentário, a seguir referido, tem geralmente uma duração de 45' a 1h . Os títulos, assim como os resumos/descrições, são os fornecidos pelas estações.

- Canal National Geographic:

1 - “G. Bush e o 11 de Setembro” - “A entrevista com G. Bush sobre as suas memórias do 11 de Setembro...”,
2 - “O 11 de Setembro e o Sonho Americano” - “ Este filme é em memória pela perda do Centro de Negócios ...”,
3 – “Mohamed – O espião de Bin Laden”,
4 – “Giuliani – Ao comando do 11 de Setembro”,
5 - “O meu 11 de Setembro” - “Revisita o dia de pessoas que viveram o 11 de Setembro, como por exemplo o lavador de vidros do 93º andar do WTC ...”,
6 - “Bastidores – Na terra dos Talibã” - “Durante 8 anos os Talibã e a Al-Qaeda foram 1 obstáculo para as tropas do Estados Unidos e para a NATO ...”.

- Canal Odisseia:

7 - “O efeito tóxico do 11 de Setembro” - “No dia 11 de Setembro o mundo acordou com o atentado terrorista mais mortífero da história ...”,
8 - “Massoud – O afegão do destino” - “O afegão que morreu a 9 de Setembro de 2001 ...”,
9 - “11 de Setembro: Chamadas a partir das torres gémeas” - “Com o atentado terrorista mais brutal da história ...”,
10 - “11 de Setembro – Estado de Emergência” - “A 11 de Setembro o mundo mudou para sempre”,

- Canal História:
(Série de programas com o tema : “11 de Setembro, o dia em que tudo mudou”)

11 - “Dez formas de matar Bin Laden”,
- Episódio 1 - “O homem mais procurado da história ...”,
12 - “Dez formas de matar Bin Laden”,
- Episódio 2 - … ,
13 - “Abu Musad Al-Zarqawi, o porta-voz da Al Qaeda”,
14 - “11 de Setembro, 10 anos depois” - “... contamos a história da reconstrução da zona zero através de 5 pessoas ligadas aos trágicos acontecimentos... o operário que perdeu o irmão ...”,
15 - “102 minutos que mudaram os EUA” - “Programa cujo material provém ... de fotografias, vídeos, e filmagens de amadores, mensagens de voz gravadas ...”,
- Episódio 1,
16 - “102 minutos que mudaram os EUA”,
- Episódio 2,
17 - “Como vivemos o 11 de Setembro” - “... revivemos os factos a partir de testemunhas e jornalistas do panorama informativo espanhol e português ...”,
18 - “Memória do 11 de Setembro” - “... Na zona zero as duas praças estarão rodeadas de 1 parapeito de bronze com os nomes das quase 3 mil pessoas que perderam a vida … No programa irá guiar-nos o arquitecto Michael Arad ...”,
19 - “11 de Setembro, os dias seguintes” - “Já passaram 10 anos desde que a idade do terror começou a sério … desde então nunca é demais dizer que o 11 de Setembro 'mudou tudo' e que 'nada voltaria a ser o mesmo' … as mudanças foram culturais, sociológicas, intelectuais, emocionais e psicológicas, não só em Nova Iorque, mas em todo o mundo ...”,
- Episódio 1,
20 - “11 de Setembro, os dias seguintes”,
- Episódio 2,
21 - “Sobrevivi ao 11 de Setembro” - “3 cidadãos espanhóis e 1 português relatam-nos como viveram os trágicos atentados do 11 de Setembro ...”,

- Canal Discovery Channel:

22 - “Ground Zero: A reconstrução” - “Veja as características que irão tornar o 'One W. T. C.' tão singular: os elevadores mais rápidos dos EUA, sustentabilidade sem precedentes e uma espiral de 130 metros”
- Episódio 1 - “Reclamando o horizonte”,
23 - “Ground Zero: A reconstrução”,
- Episódio 2 - “Reclamando o horizonte”,
(Como curiosidade, a seguir a este 2º episódio passou 1 programa intitulado: “Armas de última geração – Choque e Admiração”, com a descrição: “Ninguém consegue igualar o armamento do exército americano.[prosseguindo com uma pergunta] Mas qual será melhor: 1 submarino nuclear USS Texas, ou ...”),
24 - “Ground Zero: A reconstrução – Um lugar de luto” - “A pressão aumenta para que o 'Memorial Plaza' seja terminado a tempo do 10º aniversário dos atentados, onde poderão ser encontradas Fontes gigantes e uma floresta de 400 árvores”,
25 - “Ground Zero: A reconstrução – Porta para Nova Iorque” - “À medida que a construção do 'One W.T.C.' continua, siga o progresso do 'Transportation Hub', que irá dotar a baixa de uma estação à altura da 'Grand Central'”,
26 - “Ground Zero: História dos destroços”,
27 - “Ground Zero: A reconstrução – Uma nova cidade” - “Conheça os homens e as mulheres cujo bairro ficou devastado pelo 11 de Setembro, e saiba como reconstruíram as suas casas e negócios. Explore o lado Este do 'One W.T.C'”,
28 - “Ground Zero: A reconstrução – Reconstrução do metro de Nova Iorque” - “Foster vai a Nova Iorque para investigar o mais importante projecto da história da cidade, a expansão do metropolitano no valor de 15 mil milhões de dólares”,
29 - “Situação Crítica – A emboscada da Al-Qaeda”,
30 - “Situação Crítica – O motim dos Talibã”,
31 - “Segundos Fatais – 11 de Setembro” - “Força aérea, segundos após o desastre: 9/11 segundo a segundo ...”,
32 - “A Primeira hora” - “11 de Setembro: A primeira hora começa por traçar o percurso do 9/11 ...”,
33 - “Contagem regressiva” - “Por dentro do 9/11 – Na segunda hora o relógio inicia a contagem para a hora zero ...”,
34 - “A Hora H” - “Por dentro do 11 de Setembro: Terceira hora regista com todo o detalhe o que exactamente aconteceu no trágico dia do 11 de Setembro ...”,
35 - “A Última hora” - “11 de Setembro: Quarta hora, a última e talvez a mais intensa desta série ...”,
36 - “Bastidores do 11 de Setembro” - “11 de Setembro – A guerra continua, acompanha a evolução da Al-Qaeda ...”.

- Como é assinalado, não há qualquer referência às horas dedicadas ao 11 de Setembro pelos outros canais (programas, reportagens, debates, imagens, etc), ou pela imprensa em cada país – afinados, quase completamente, pelo mesmo diapasão ...

- As anteriores descrições/resumos de cada programa (fornecidos pelos canais), dão, só por si, uma ideia do seu teor assim como da quantidade de informações fornecidas;
.“As 10 formas de matar Bin Laden”,
. A história da reconstrução da 'zona zero',
. As características singulares do novo 'One W.T.C.',
.. os elevadores mais rápidos dos EUA,
.. Uma espiral de 130 metros,
.. A construção do 'Transportation Hub' …,
. Ficamos a saber que o 'Memorial Plaza' vai contar com fontes gigantes e com 400 árvores,
. Somos guiados (as) numa visita por – Foster – para conhecer; o mais importante projecto da cidade – a expansão do metropolitano, no valor de 15 000 Milhões de dólares …,
. Ficamos a conhecer a história dos destroços,
. Somos, também informados (as), de que na 'zona zero' as duas praças estarão (estão) rodeadas de 1 parapeito de bronze com o nome das quase 3 mil pessoas que perderam a vida,
. etc, etc.

- Além do manancial de dados (divulgados pelos media), já referidos;

. 1 283 milhões de dólares aprovados pelo Congresso …
. 10 mil bombeiros, polícias, …
. 1 506 toneladas de destroços, …


O Mito da Isenção


- Por oposição, os dados do atentado terrorista cometido a 19 de Março de 2003 (invasão do Iraque, seguida da sua ocupação), são praticamente ignorados pelos EUA e claro em consequência, pela quase totalidade da Europa e do Ocidente em geral.

- Será a magnitude do atentado do 11 de Setembro superior, e mais grave, do que a do atentado do 19 de Março?

- Serão as 2 958 vítimas do 11 de Setembro, mais inocentes do que as mais de 1 Milhão do 19 de Março?

- Porque é que a chuva de bombas e mísseis de cruzeiro, lançados pela Força Aérea e Marinha dos EUA, sobre Bagdade – só no 1º dia (“Dia-A”), (300 a 400), numa operação intitulada pelos EUA, (seus autores e executores): “Choque e Pavor” - não é tão divulgada como os atentados às “torres gémeas”, e, é mesmo, praticamente desconhecida.
- Porque é que as imagens do “Dia-A” não têm o mesmo destaque, nos media, que têm os aviões a embater no W.T.C.?
- Há uma resposta que parece óbvia, a maciça “chuva” de mísseis de cruzeiro e bombas, que caiu sobre Bagdade no “A-Day” - classificada por um jornalista de uma estação de televisão americana como (Bagdade) parecendo o “inferno na terra” - são 1 incómodo para os EUA (e aliados), logo à que eliminá-las …

(Parece ainda haver 1 outro objectivo – a repetição, ilimitada, dos embates nas torres permite uma identificação emocional dos espectadores com as vítimas, e, simultâneamente salientar a mensagem de (auto) vitimização dos (pelos) EUA .
Mensagem que se pretende sobrepor a todos os acontecimentos posteriores (subalternizando-os) – pretendendo-se, desta forma (com a vitimização dos EUA), um efeito de desresponsabilização dos seus posteriores actos criminosos - invasão e ocupação (ilegais) do Afeganistão e do Iraque, assim como de todo o tipo de violações de direitos humanos e das leis internacionais).

- Há, uma óbvia filtragem das informações, das imagens e das mensagens.
- Em selectivas campanhas de, “informação” mediática.
- Enfatizam-se e empolam-se uns acontecimentos, enquanto se eliminam ou obliteram outros.

- A isenção e a imparcialidade dos media, e seus agentes, não passam senão de mitos …


Alguns dados …


- Seguem-se alguns dados, e informações, relativos à invasão e à ocupação do Iraque.
(Que não mereceram, merecem ou merecerão, notícias ou destaques nos media ...).

- A 19 de Março de 2003, 1º dia da invasão pelos EUA do Iraque – intitulado pelas chefias militares “A-Day” -, a Força Aérea e a Marinha americanas, lançaram 300 a 400 mísseis de cruzeiro (num só dia).
- “Mais do que se lançaram nos 40 dias da 1ª guerra do Golfo”. “A chuva de bombas foi tão forte, em ataques tão devastadores – a envergadura deste projecto nunca se viu antes ...”. Declararam fontes, militares, oficiais americanas.
- A tal operação - baseada na doutrina de Harlan Ullman (1 dos seus mentores) recorre, segundo este, ao uso do “poder esmagador” - atribuíram o significativo nome de “Operação Choque e Pavor”. Harlan Ullman, esclarece, “este [ataque] tem o efeito semelhante ao lançamento simultâneo de armas nucleares em Hiroshima – mas não lançadas em dias ou semanas, mas [sim] em minutos ...”.
“Além disso [continua], acaba-se com a cidade [Bagdade], ou seja despoja-se de electricidade, de água e começa uma campanha de desgaste; que ao fim de 2, 3, 4 ou 5 dias, está física, emocional e psicologicamente esgotada”.




- Cerca de 1 220 580 de mortes (estimativas de 2007).
. Uma pesquisa da Opinion Research Business, conduzida entre 12 e 19 de Agosto de 2007, estimou em 1 220 580 o número de mortes violentas devido à guerra no Iraque (entre 733 158 e 1 446 063).
. A revista The Lancet, num estudo das baixas após a invasão do Iraque, apontava dados idênticos.
. Os EUA não fornecem dados, tendo chegado a afirmar fontes oficiais (nos EUA ou no Iraque), que “não contabilizavam a morte de terroristas” …

- Sobre dados de saúde:
. Joseph Chamie, ex-director da Divisão da População da ONU e 1 especialista sobre o Iraque, afirmou que em relação aos cuidados de saúde, em 1991 o Iraque “estava na crista da onda” e que “agora parece 1 país da África sub-saariana”. (The World's Humanitarian News Site)

.. Cerca de 60% a 70% das crianças iraquianas (as que não morreram com a guerra) sofrem de problemas psicológicos. (idem).

- Cerca de 86% dos iraquianos não têm acesso a água potável.

- Cerca de metade dos médicos iraquianos abandonou o país desde 2003.

- Há cerca de 4,2 milhões de refugiados iraquianos.
. O “Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados”, estimou, a 21 de Junho de 2007, existirem mais de 4 milhões de refugiados – 4,2 milhões.
.. Sendo 2,2 milhões externos (para países vizinhos, essencialmente), e 2 milhões internos (deslocados internamente).
. Vivendo uma grande parte destes refugiados em comunidades empobrecidas e com pouca ou nenhuma atenção ou cuidados internacionais.

. Estimativas, apontam que só na Síria cerca de 50 000 mulheres e raparigas iraquianas, refugiadas, muitas delas viúvas - são forçadas à prostituição para sobreviver.

- A Human Rights Watch em 2006, estimava que cerca de 2 000 médicos iraquianos tinham sido mortos ou assassinados desde a invasão em 2003.

- Segundo a ONU cerca de 40% da “classe média” iraquiana fugiu do Iraque, após a invasão.

- Num relatório da Cruz Vermelha e, também, do Crescente Vermelho intitulado “Civis sem protecção: a crise humanitária sempre pior no Iraque”, de 11 de Agosto de 2007, é afirmado que milhões de iraquianos estão em situação desastrosa e com tendência para o agravamento.

- Enfim, podia-se continuar, por exemplo, com os relatos dos corpos e de pedaços de corpos (estes não contabilizados …) das dezenas ou centenas de iraquianos mortos diariamente, que jazem pelas casas e pelas ruas (por vezes) durante dias, decompondo-se, sem serem recolhidos. Muitos deles com visíveis sinais de maus tratos ou tortura …

- Em resultado da – ilegítima e ilegal – invasão e ocupação do Iraque, este encontra-se em grande parte em ruínas; com estruturas e infraestruturas em destroços;
- Escolas,
- Hospitais,
- Estradas,
- Pontes,
- Habitações,
- Cidades,
o que revela uma escala de destruição avassaladora.

- Além de uma, gravíssima, situação de caos humanitário (para os iraquianos).

- Factos que tornam, não só em relação à escala de destruição como em relação ao desastre humanitário, a situação iraquiana – absolutamente – incomparável ao 11 de Setembro.
Aliás, os ataques e atentados, diários, no Iraque – assim como as dezenas ou centenas de mortos e feridos, daí resultantes – há muitos anos que deixaram (ou praticamente deixaram) de ser notícia. Tornaram-se banais. Não têm qualquer relevância, tanto jornalística como humana.


Fallujah


- Esta cidade iraquiana, em 2003, antes da invasão, tinha uma população que rondava os 300 000 habitantes. Em 2004 a força ocupante no seu 2º ataque à cidade – numa operação militar intitulada, pelos seus responsáveis (militares) americanos, “Fhantom Fury” (“Fúria Fantasma”) - quase erradicou a cidade.

- Segundo o jornal britânico The Guardian, 36 000 das 50 000 casas foram destruídas, juntamente com 60 escolas e 65 mesquitas.
(Tendo, segundo algumas fontes, o que restou, ter ficado parcialmente destruído (ou com danos), como as infraestruturas da cidade – ruas, estradas ...).

- Segundo algumas fontes e testemunhas, morreram cerca de 15 000 iraquianos, em consequência do ataque.

- Segundo dados oficiais, do invasor, morreram 95 soldados americanos.

- E, o ataque, provocou ainda cerca de 150 000 refugiados.

- Ataque, onde, foram utilizadas armas químicas – como o fósforo branco – facto inicialmente negado pelos responsáveis americanos.
(Em violação das Convenções de Genebra - “Convention on Conventional Weapons” (Protocol III)).

- Afinal, prova-se que, sempre há armas de destruição maciça no Iraque – foram para lá levadas pelos EUA e utilizadas pelo seu exército.





Imagens do massacre de Fallujah – com testemunhos de militares americanos envolvidos no ataque. E com imagens da utilização de fósforo branco pelo exército americano.



Terroristas e inimputáveis
(Ou “piratas e imperadores” …)


- Há uma diferença fundamental entre as duas datas – ela reside entre quem perpetra o terrorismo.

- Num caso foi perpetrado pela Al-Qaeda e Bin Laden (que por acaso noutros tempos gozaram da simpatia e do apoio norte-americanos) - por “piratas” (a partir de Chomsky). E no outro foi (é) perpetrado pelos EUA (e Inglaterra) – por “imperadores” (ainda, a partir de Chomsky) – essa é a diferença fundadora e “legitimadora” de todas as diferenças …

- (Recuando um pouco no tempo) A invasão do Iraque foi decidida pelos EUA (com o apoio dos chefes de estado da Grã-Bretanha, Espanha, Itália e Portugal), com base numa gigantesca farsa “documental”.
- Kofi Annan, então secretário-geral da ONU, disse que a invasão “não respeitou a Carta das Nações Unidas e que esta (a invasão) tinha sido ilegal” - e que foi feita à margem da ONU.

- A superpotência mundial, vê-se como 1 estado acima da Lei Internacional. A superpotência faz a lei, ou molda-a, em função dos seus interesses e objectivos.

- Mais alguns dados;

- Em 1986, após uma condenação feita pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), (ONU), aos EUA – de violação do Direito Internacional, por actos terroristas (caso Nicarágua). Estes em resposta, retiraram a jurisdição compulsória daquele tribunal sobre o seu país. Afirmando, apenas aceitar a Jurisdição do TIJ “numa base caso a caso” (ou por outras palavras, aceitar apenas as decisões que quiserem ou que lhes convier).
- O Secretário (americano) George Shultz, acerca da decisão do TIJ de condenação dos EUA, troçou daqueles que defendem “meios utópicos e legalistas com mediação externa, a ONU e o TIJ, ao mesmo tempo que ignoram o elemento 'poder' da equação”. (1)

- Também em relação ao Tribunal Penal Internacional (TPI), os EUA não assinaram (ou ratificaram) o “Estatuto de Roma” do TPI – indicando, que não pretendiam ser estados membros (do TPI) – e como tal permanecem sem qualquer obrigação (ou vinculação), perante decisões oriundas deste Tribunal Internacional. Os EUA, foram acompanhados por Israel e o Sudão.
(O “Estatuto de Roma” do TPI foi aprovado e adoptado em 17/07/1998, com 120 votos a favor, 7 votos contra e 21 abstenções – os 7 países que votaram contra foram: China, Iraque, Israel, Qatar, EUA e Iémen).

- O TPI não tem jurisdição universal devido à oposição dos EUA.

- A doutrina de Estado fora-da-lei, ou estado pária (citando Chomsky), foi, também, defendida por Clinton na ONU (a 27 de Setembro de 1993), onde afirmou que os EUA actuariam “multilateralmente quando possível, mas unilateralmente quando necessário” (2). Posição reiterada 1 ano depois por M. Albright, embaixadora na ONU, anunciando que; os EUA actuarão “multilateralmente quando pudermos, e unilateralmente quando formos obrigados” em áreas “que reconhecermos como vitais para os interesses nacionais americanos” (3).

- Em 1999, o Secretário de Defesa William Cohen declarou que os EUA estão empenhados no “uso unilateral do poderio militar” na defesa dos seus interesses vitais, incluindo “a garantia do acesso irrestrito a mercados essenciais, fontes de energia e recursos estratégicos” e a tudo o que Washington determinar como estando dentro da sua “jurisdição interna”. (4)

- Colin Powell afirmou no “Fórum Económico Mundial” (pouco antes da invasão do Iraque); “Quando sentirmos que devemos fazer algo, fazêmo-lo, mesmo que ninguém nos acompanhe”. (5)

- Bush fez várias afirmações idênticas (além de ter apresentado o conceito - ilegal, segundo a legislação internacional - de guerra preventiva).

- Portanto, a invasão e ocupação do Iraque em que os EUA actuaram (e actuam) à margem e acima das Leis Internacionais (e de acordo com os seus interesses) – como um país fora-da-lei (à margem da ONU e contra a ONU, a carta das Nações Unidas, o Tribunal Internacional, Convenções de Genebra) – estão em conformidade com a doutrina oficial e pública dos EUA (citando ainda Chomsky).

- No Afeganistão, estima-se em cerca de 40 000, o número de mortos civis após a invasão (e até ao momento).

(Se se recuasse mais no tempo, seria necessário referir, por exemplo;
- Os cerca de 4 Milhões de mortos em resultado da ocupação do Vietname (além dos milhões de feridos e estropiados).
Onde foram despejadas mais de 1 Milhão de toneladas de bombas – pelos mais de 5 000 aviões e helicópteros americanos. E o uso de armas químicas (em doses maciças), como o napalm, lançado sobre florestas, povoações, homens, mulheres, crianças. Em crimes hediondos …
. O Cambodja, o Vietcongue, o Laos, …,
- As centenas de milhar de mortes na Guatemala, levadas a cabo pela ditadura militar instalada pela CIA, para defender os interesses dos EUA, suas empresas e corporações (além dos mais de 100 000 desaparecidos) – após golpe de estado (instigado pela CIA) contra presidente democraticamente eleito,
- Os golpes militares na América Latina e as ditaduras militares que se seguiram, instigados (as) e/ou apoiados (as) pela CIA e EUA (Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Brasil, …), e de onde resultaram mais de 60 000 mortos, mais de 30 000 desaparecidos e cerca de 
400 000 presos (e torturados) – com a promoção e implementação dos mais tenebrosos crimes,
- etc, etc, etc),

- Os EUA apresentam-se, no plano internacional, como o paradigma do país para quem a lei se encontra na “ponta das baionetas” (ou nos mísseis, nos F-16, nos tanques, nos helicópteros “Apache”) e não no respeito do Direito Internacional.
(Paradigma que partilha, quase em exclusivo, com o seu estado-cliente – Israel.
Este, violando sistematicamente e impunemente – há dezenas de anos – dezenas de resoluções da ONU, cometendo todo o tipo de violações e crimes sobre a Palestina e o seu povo. Contando, para tal, com o abrigo e a protecção do guarda-chuva dourado dos EUA - reduzindo a pó tudo o que é Direito Internacional).

- Revelando-se, desta forma, estes 2 países como as principais ameaças ao direito e à paz internacionais!



- O mais de 1 milhão de mortos no Iraque e os mais de 4 milhões de refugiados iraquianos, apesar de tão inocentes como as 2 958 vítimas do WTC, não têm o mesmo estatuto de humanos que estas últimas. Estão a 1 nível diferente!

- E, os responsáveis dos atentados no Iraque, ao contrário dos responsáveis dos atentados do WTC, não tiveram – nem têm – a cabeça a prémio, nem se “procuram vivos ou mortos”. Apesar dos seus crimes serem mais graves e de dimensões incomparavelmente superiores.

- A chamada “luta contra o terrorismo”, foi ainda pretexto para todo o tipo de abusos, e, violações dos direitos humanos; maus tratos, tortura – Abu Ghraib, Guantánamo, o rapto de cidadãos inocentes (e os voos “secretos” da CIA), a criação (ou manutenção) das prisões “privadas do Império”, …





Documentário da HBO sobre as torturas em Guantanamo e Abu Ghraib


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- Ficámos a saber que a lista das 2 958 vítimas do WTC, foi lida em cerimónia pública – de dimensão planetária - durante, cerca de,
4h 20'.

- Se as mais de 1 milhão de vítimas iraquianas tivessem o mesmo privilégio – seriam necessárias mais de 1 465h, ou seja, mais de 2 meses (ininterruptos).




- Em homenagem às vítimas, cujos nomes não vão ter o direito a ser gravados a bronze em qualquer memorial!


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(1) – George Shultz, “Moral Principles and Strategic Interest”, palestras na Kansas State University, 14 de Abril de 1986, reeimpresas em U S Dep. of States, …
(2) – Bill Clinton, discurso perante a Assembleia Geral da ONU, 27 de Setembro de 1993.
(3) – Middle East International, 21 de Outubro de 1994.
(4) – W. Cohen, Annual Report to the President and Congress: 1999 (Depart. de Defesa 1999).
(5) – Wall Street Journal, 27 de Janeiro de 2003.


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             Os EUA no Iraque - pela WikiLeaks