quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A rapaziada de Kiev e do ocidente (2)







"(...) Por uma grande Reconquista Ucraniana e Europeia ... Tudo está apenas no início! (...)"

"Glória à Ucrânia!"

"Glória aos nossos heróis!"

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The Great Ukrainian Reconquista: What is the Right Sector fighting for?


We, the warriors and commanders of the Right Sector are actively fighting the regime, remembering the heroism of King Svyatoslav the Courageous of Kyiv, King Danylo of Galicia, of Bohdan Khmelnytsky and the warriors of the Ukrainian Insurgent Army; implementing the right of a people to rise against injustice; and aware of our responsibilities before the dead and injured heroes of the Maidan.

For the right of every Ukrainian to human dignity...

For a fair criminal trial of Berkut and other dogs of the occupational system...

Against the humiliation and impoverishment of the Ukrainian people...

Against the war of the government with its own people...

For responsible voters and politicians...

For the election of judges...

Against corrupt and marginal democracy...

Against degeneracy and totalitarian liberalism...

For traditional folk morality and family values...

For Ukrainian families having many children...

For a spiritually and physically healthy youth...

Against a culture of consumerism and eroticism...

Against any form of "integration" on terms dictated from outside of Ukraine...

For unity and worldwide greatness of the Ukrainian nation...

For a great Ukrainian and European Reconquista... Everything is only beginning! From our Maidan, the rebirth of Kyivan-Rus/Ukraine commences, the rebirth of Europe commences.

Glory to Ukraine!

Glory to our heroes!



- A partir de: you tube




sábado, 22 de fevereiro de 2014

Venezuela - O envolvimento dos EUA no financiamento, desestabilização e conspiração contra regimes democráticos (democraticamente eleitos - que não prestem vassalagem à superpotência) - como passatempo favorito nacional, em simultâneo, é claro, com a vigilância global e com a promoção da guerra ...







- Excerto do "Democracy Now!",  de 20 de Fevereiro último,  onde George Ciccariello-Maher é entrevistado acerca da actual situação na Venezuela ...








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(Divulgação)


(Transcrição de parte da entrevista pelo esquerda.net)



Quem é o líder dos protestos na Venezuela?

No princípio desta semana, um dos opositores da direita venezuelana, Leopoldo López, entregou-se à polícia, sendo acusado de incitar os confrontos na Venezuela, que provocaram já seis mortos. Em entrevista à Democracy Now, George Ciccariello-Maher, professor de ciência política nos EUA, fala da situação na Venezuela, analisa o papel dos EUA nos acontecimentos e responde à pergunta: Quem é Leopoldo López?


Leopoldo López - foto wikimedia

Democracy Now:O que está a acontecer na Venezuela hoje?
George Ciccariello-Maher:Está a acontecer um grande evento, que será uma tarefa crucial para o governo de Maduro. É nossa obrigação que analisemos a situação dentro doseu contexto histórico, para entendermos quem está a agir. Se acompanhamos o Twitter, observamos que há uma tendência: neste momento “pós-occupy” e sucessor à Primavera Árabe, cadavez que vemos protestos nas ruas, começamos a retuitá-los e a sentir uma simpatia pela causa, mesmo sem saber qual é o contexto dela. Uma vez que analisamos o contexto venezuelano, o que vemos é mais uma tentativa, dentro de uma longa história de tentativas, de depor um governo democraticamente eleito, desta vez aproveitando-sede uma mobilização estudantil contra a insegurança e as dificuldades económicas.
DN:George Ciccariello, quem é Leopoldo Lopez? O Washington Post descreve-ocomo um homem de 42 anos, de esquerda, que estudou em Harvard. O que você sabe da sua história?
GC-M:Dizê-lo de esquerda seria forçar a barra. Leopoldo Lopez representa o que há de mais à direita no espectro político venezuelano. Ele foi educado nos Estados Unidos desde o ensino médio até a sua graduação na Harvard Kennedy, descende do primeiro presidente venezuelano e dizem que até mesmo do próprio Simon Bolívar. Por outras palavras, ele é o representante desta classe política tradicional que deixou o poder após a Revolução Bolivariana. Em termos da sua história política, o seu partido, o Primera Justicia, foi formado por uma intersecção entre corrupção e intervenção norte-americana, corrupção por sua mãe, ao arrecadar fundo fraudulentos de uma companhia de petróleo venezuelana para este novo partido, e pelo outro lado fundos do NED, do USAID, e de instituições do governo norte-americano. Assim que Chávez chegou ao poder, os partidos políticos tradicionais entraram em colapso, e tanto a oposição interna quanto o governo dos EUA precisavam criar algum outro veículo para fazer oposição ao governo Chávez, e este partido de Leopoldo Lopez é um destes veículos. Neste momento, até mesmo o líder anterior do partido, Henrique Caprilles, que foi o candidato às eleições presidenciais, percebeu que a linha de fazer ações nas ruas na tentativa de depor um governo democrático simplesmente não vai funcionar. No entanto, Leopoldo Lopez e outros líderes, como Maria Corina Machado e Antonio Ledesma, continuam a tentar depor o governo.
DN:O presidente Maduro expulsou três diplomatas norte-americanos, alegando que eles estavam envolvidos no apoio à oposição. Você poderia nos falar sobre isso?
GC-M:O governo Obama continua a financiar esta oposição, até mesmo mais abertamente do que Bush fazia: Obama requisitou fundos para estes grupos opositores, mesmo que eles estivessem envolvidos em atividades antidemocráticas no passado e apesar do facto de López e outros estarem envolvidos no golpe de 2002 e terem participado de ações violentas na época. Dizer que López hoje é um representante da democracia só pode ser uma piada. Há uma questão interessante aqui, a de que o governo venezuelano, se ouvimos as palavras da esposa de Leopoldo López em declarações recentes, agiu para proteger a vida de López, que estava sob ameaças. A maneira pela qual López foi preso foi muito generosa, muito mais do que López foi no passado, quando liderou uma caça às bruxas contra os ministros chavistas que foram espancados em público no caminho da prisão. López pôde até mesmo falar com um megafone no dia em que foi preso. Podemos perguntar: por que o governo de Maduro está a ser tão gentil com ele? Na verdade, preferem que ele seja o líder da oposição porque ele simplesmente não seria eleito, pois representa a nata das elites venezuelanas.
DN:O que vemos na grande comunicação é uma Venezuela fora de controle, com altos índices de violência, escassez de comida e inflação altíssima. Qual é a sua avaliação da situação do país hoje?
GC-M:Para dizer claramente, a escassez de comida tem sido sim um problema, e a segurança pública é um problema gigantesco na Venezuela. Ambos são problemas profundos que têm a ver com falhas do governo para tratá-los, mas também tem relação com a ação de vários outros atores. No caso da criminalidade, a infiltração de máfias tem sido muito grande nos últimos anos, e no caso da escassez, o papel de capitalistas que açambarcam bens de consumo e a especulação da moeda tem sido uma força destrutiva que nos lembra muito o Chile de Allende, onde se tentou destruir a economia como uma preparação para o golpe. Mas, na verdade, estes dois fatores que os estudantes tem protestado contra não explicam o porquê destes protestos estarem a emergir, pois os índices de criminalidade estão a baixar e a escassez de comida não está nem de longe tão ruim quanto estava há um ano. O que explica o que está a ocorrer agora é que, depois das eleições de dezembro, este foi o momento em que a direita disse “já chega, estamos cansados de eleições, vamos às ruas tentar derrubar este governo”, mas neste meio tempo, os movimentos revolucionários venezuelanos, as organizações populares, que são no fim das contas a base deste governo, que nunca teve apenas como base Chávez ou Maduro enquanto indivíduos, mas sim milhões e milhões de venezuelanos que estão a construir uma democracia mais profunda e mais direta, a construir movimentos sociais, organizações, conselhos de trabalhadores, conselhos estudantis, conselhos de camponeses, estas pessoas estão a continuar a luta, estão a defender o governo Maduro, e estes protestos que estão ocorrer principalmente nas regiões mais ricas de Caracas, a Beverly Hills de Caracas, não as fará desistir desta tarefa.
DN:E o papel dos EUA?
Os EUA continuam a financiar a oposição. Acho que no futuro, como costuma acontecer, nós teremos acesso às informações do grau de envolvimento dos EUA no financiamento à oposição venezuelana. Na realidade, esses protestos são um cálculo errado por parte da oposição, não parece que os EUA tenham dito à oposição para tomarem este caminho, pois ele não parece ser muito estratégico. Sabemos que esta é uma oposição em contacto direto com a embaixada norte-americana, que recebe fundos do governo dos EUA, mas este é o movimento de uma oposição venezuelana autónoma que vai, como parece, novamente desmoronar-se.
Entrevista completa no site do DemocracyNow. Tradução de Roberto Brilhante para CartaMaior


(Os sublinhados são da minha responsabilidade)


- A partir de:  esquerda.net




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

"Novas" de Kiev ( 4 ) - "A Diplomacia da Mudança de Regime"












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(Divulgação)



A Diplomacia da Mudança de Regime

10/2/2014, [*] Eric Draitser – New Eastern Outlook
Traduzido por João Aroldo


A gravação recentemente divulgada da secretária-assistente de Estado dos EUA, Victoria Nuland, conspirando com o embaixador dos EUA para a Ucrânia para a fabricação de um novo governo no país revelou como os EUA se intrometem diretamente nos assuntos de nações soberanas. No entanto, ao invés de um incidente isolado, este episódio é parte de uma rica história de “diplomacia” dos EUA como um meio de mudança de regime.




Na quinta-feira, 06 de fevereiro de 2014, veio à tona uma conversa telefônicagravada entre a secretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, e o embaixador dos EUA para a Ucrânia, Geoffrey Pyatt. Durante este telefonema, os dois discutem uma série de questões, incluindo como eles gostariam que o novo governo da Ucrânia fosse constituído, incluindo papéis específicos para os líderes da oposição. A gravação põe a nu o fato de que, apesar da retórica da “democracia” e “autodeterminação”, a intenção de Washington na Ucrânia é utilizar a crise política como um meio de fabricação de um governo favorável aos interesses ocidentais e abertamente hostis a Moscou.

Durante a conversa, Pyatt afirma:

Estamos tentando fazer uma leitura muito rápida de onde ele[Klitschko] está nesta coisa... [Uma ligação para Klitschko] é o próximo telefonema que queremos fazer... Estou feliz por você colocar [Yatsenyuk] no local onde ele se encaixa neste cenário.

Nuland responde, dizendo:

Eu não acho que Klitsch[ko] deva ir para o governo... Eu não acho que seja uma boa ideia... Yats[enyuk ] é o cara, ele tem experiência...

Este pequeno trecho do telefonema ilustra muito claramente que, ao invés de simplesmente apoiar a oposição, Nuland e seus superiores em Washington estão gerenciando-os diretamente para fins de fabricação de um governo de sua escolha. Além disso, ele demonstra o fato ineludível de que, apesar de toda sua retórica sobre “democracia”, a administração Obama, como as administrações anteriores, usa isso apenas como uma cobertura para uma agenda de mudança de regime projetada para vantagem geopolítica.

Embora muitos observadores políticos e analistas já saibam há décadas que os EUA usam essas táticas, ainda há muitos na classe política e mídia corporativa ocidental que se recusam a reconhecer esse fato, descartando-o como mera “especulação”.

O telefonema vazado mostrou conclusivamente, por meio de provas concretas incontestáveis, que os Estados Unidos manipulam cinicamente movimentos políticos e sociais internacionalmente.

Países Diferentes, mesma estratégia

Em todo o mundo, os Estados Unidos usaram a diplomacia como um disfarce para a desestabilização de governos que consideram hostis. Um exemplo particularmente flagrante são as repetidas tentativas de derrubar o governo do presidente Mugabe e seu partido ZANU-PF no Zimbábue. Washington tem apoiado há tempos o queridinho dos EUA, Morgan Tsvangirai e seu partido de oposição, conhecido como Movimento para a Mudança Democrática (Movement for Democratic Change - MDC-T), por causa de sua vontade de implementar o que é chamado eufemisticamente de “liberalização econômica” - linguagem cifrada para a colaboração com o capital financeiro neoliberal - bem como a sua dedicação para minar o governo aliado à China de Mugabe.

Em 2010, o WikiLeaks divulgou telegramas diplomáticos entre o ex-embaixador dos EUA no Zimbabwe Christopher Dell e seus superiores em Washington. Os telegramas revelam como os Estados Unidos têm trabalhado e preparado a mudança de regime no Zimbábue ativamente. O Embaixador Dellescreveu que:

Nossa política está funcionando e está ajudando a causar mudanças aqui. O que é necessário é simplesmente a coragem, determinação e foco para conseguir isso. Então, quando finalmente vierem as mudanças, nós temos que estar prontos para agir rapidamente para ajudar a consolidar a nova distribuição... Ele [o Sr. Tsvangirai] é o elemento indispensável para a mudança de regime, mas vai ser, possivelmente, uma pedra no sapato, uma vez no poder.

Os telegramas mostram a íntima relação de trabalho que existe entre a chamada oposição e seus apoiadores ocidentais. Embora isso não seja segredo no Zimbábue, isso é novidade para muitos no Ocidente que têm sido exaustivamente levados a acreditar que o MDC-T e Tsvangirai representam mudanças substanciais e um movimento em direção a mais democracia. Infelizmente, o Zimbábue não é o único alvo dos EUA para a mudança de regime sob o pretexto de “democratização”.

A Venezuela se tornou um alvo principal de mudança de regime dos EUA quando Hugo Chávez foi eleito presidente. Corretamente visto como uma séria ameaça para a hegemonia política e econômica dos EUA na Venezuela e em toda a América Latina, Chávez e seu governo socialista bolivariano foi o alvo de uma série de estratégias que visam a desestabilização e/ou derrubada. Além do golpe que temporariamente (por uma questão de horas) depôs Chávez e colocou em seu lugar um governo de direita apoiado e reconhecido pelos Estados Unidos, Washington fez uma série de tentativas de mudança de regime com uma vasta rede de ONGs e outras organizações financiadas de fora do país.

Em um telegrama diplomático divulgado pelo WikiLeaks, o ex-embaixador dos EUA na Venezuela, William Brownfield, detalhou as inúmeras formas com que os EUA estavam tentando se infiltrar na base política dos partidários de Chávez para criar divisões que poderiam ser exploradas para destruir o movimento bolivariano. Brownfield explicou em detalhes como os Estados Unidos utilizaram a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (United States Agency for International Development - USAID), o Escritório de Iniciativas de Transição (Office of Transition Initiative- OTI) e outras organizações para distribuir fundos e prestar assistência técnica a uma variedade de ONGs que estavam trabalhando ativamente contra o governo eleito de Chávez.

Como prova desse compromisso contínuo, basta dar uma olhada num artigo doCouncil on Foreign Relations escrito pelo ex-embaixador dos EUA na Venezuela, Patrick Duddy em que ele apresenta uma série de cenários para a desestabilização do governo de Chávez, na sequência das eleições de 2012. Um dos cenários mais sinistros envolveu o uso de violência nos dias após a eleição como um meio de deslegitimar os resultados. Isto é precisamente o que aconteceu, embora Chávez e seu partido tivessem sido capazes de manter o controle. Além disso, é um segredo aberto na Venezuela que a oposição Mesa de la Unidad Democratica (MUD) é apenas um fantoche da Câmara de Comércio norte-americana e de outros interesses dos EUA e que seu candidato Henrique Capriles é meramente um representante de Washington.



A Venezuela certamente não foi a única nação latino-americana liderada por um presidente de esquerda carismático e popular alvo dos EUA para a mudança de regime. Bolívia e Equador estão ambos na lista de inimigos de Washington. Na verdade, o presidente boliviano Evo Morales deu o passo extraordinário de expulsar completamente a USAID, afirmando que:

(...) não havia falta de instituições norte-americanas, que continuam a conspirar contra o nosso povo e, especialmente, o governo nacional, e é por isso que vamos aproveitar a oportunidade e anunciar... que nós decidimos expulsar a USAID.

Morales destacou que os programas da USAID têm “fins mais políticos do que sociais”.

Apesar dos desmentidos vigorosos por funcionários da USAID e doestablishment político dos EUA, há ampla evidência de suporte para as afirmações do presidente boliviano.

Assim como na África e América Latina, os EUA tentaram manipular a oposição política, para efeitos de mudança de regime na Rússia. Durante os protestos 2011-2012 contra o presidente russo, Vladimir Putin, vieram à tona acusações de que o embaixador dos EUA, Michael McFaul, estava envolvido na organização dos líderes da oposição e liderando o movimento nas sombras. Embora tanto o Departamento de Estado como o próprio McFaul negassem a acusação, vieram a público evidências que comprovaram as acusações. Em um vídeo viral noYouTube (logo abaixo), vemos Boris Nemtsov (copresidente do partido de oposição RPR-PARNAS) e outras figuras importantes da oposição saindo da embaixada dos EUA em Moscou depois de uma reunião com o embaixador dos EUA.

A relação entre a oposição russa e os EUA pode ser vista a partir de tais associações pessoais, mas também em termos de assistência financeira fornecida por órgãos dos EUA, como o National Endowment for Democracy (NED). Isso é, naturalmente, parte da agenda mais ampla dos EUA para desestabilizar o governo Putin e substituí-lo por um governo fantoche amigável aos EUA.

Estas revelações começam a pintar um quadro muito feio da política externa dos EUA com base na manipulação cínica das instituições supostamente democráticas. Usando uma variedade de táticas políticas e diplomáticas, Washington projeta seu poder em nações que considera ser “adversárias”.

Ao fazê-lo, os EUA se revelam hipócritas, na medida em que afirmam “promover a democracia” ao trabalhar ativamente para minar governos democraticamente eleitos em todo o mundo.


[*] Eric Draitser é Analista independente de Geopolítica com sede em Nova Yorque e fundador do sítio Stop Imperialism. É colaborador regular de Russia Today, Counterpunch, Research on Globalization, Press TV,New Eastern Outlook e muitos outros meios de comunicação. Produz também podcasts disponíveis no iTunes e Stop Imperialism, bem comoThe Reality Principle, disponível exclusivamente no sítioBoilingFrogsPost.com. Visite StopImperialism.com e acesse todas as suas postagens.


- A partir de: redecastorphoto





quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

"Cuidado! O seu telemóvel pode atrair um ataque de drone"





(divulgação)


Cuidado! O seu telemóvel pode atrair um ataque de drone

Reportagem do jornalista Glen Greenwald no novo site The Intercept mostra como os ataques desfechados pelos EUA com aeronaves não tripuladas baseiam-se cada vez mais em vigilância eletrónica, e não em informação recolhida por pessoas no terreno, e por isso erram tanto os alvos.



Novo site de jornalismo investigativo não tem publicidade.

Os jornalistas Glenn Greenwald e Jeremy Scahill publicaram sob o título “O papel secreto da NSA no Programa de Assassinatos dos EUA” uma extensa reportagem acerca do uso de vigilância em massa dos sistemas de telecomunicações e Internet para guiar os ataques de drones contra alvos que os Estados Unidos consideram “terroristas”. Esta estratégia é considerada pouco fiável por antigos operadores de drones ouvidos na reportagem e tem como resultado a morte de muitos inocentes e pessoas que nunca foram identificadas.
Esta estratégia é particularmente usada em países onde as agências de segurança americanas pouca gente têm no terreno, como o Iémene, a Somália ou o Paquistão, e baseia-se na deteção dos cartões SIM dos telemóveis dos alvos. A vigilância em massa serve para localizar os telemóveis e para identificar o seu dono. Feito isto, o ataque com um drone é desencadeado, sem que haja a certeza de que o telemóvel é efetivamente da pessoa em causa, e se está realmente na posse dessa pessoa.
Um antigo operador de drone ouvido pela reportagem diz que quando a bomba atinge o alvo num ataque noturno, o operador sabe que o telemóvel está lá, mas não quem está atrás dele. Assume-se que o telemóvel pertence a uma pessoa que é nefasta e considerada um “combatente inimigo desleal”.
A questão é que os alvos, assim que perceberam que os cartões SIM são usados para a sua localização, podem usar dezenas de cartões, e permutá-los entre várias pessoas para causarem confusão. Numa reunião despejavam os cartões SIM num saco e, no final, recolhiam-nos aleatoriamente.
O Bureau de Jornalismo Investigativo estima que pelo menos 273 civis inocentes foram mortos em ataques com drones no Paquistão, Iémene e Somália.
Novo site não tem publicidade
A extensa reportagem é baseada em documentos revelados pelo ex-analista da CIA Edward Snowden e fontes ouvidas pelos jornalistas. É o artigo de estreia do novo site de jornalismo investigativo The Intercept, que entrou na rede pela primeira vez na última segunda-feira 10 de fevereiro.
The Intercept é a primeira publicação da First Look Media, empresa que resultou do investimento de Pierre Omidyar, fundador do site de compras e leilões Ebay. The Intercept foi criado por Glenn Greenwald, Laura Poitras e Jeremy Scahill, e tem um total de 12 jornalistas na redação. Não conta com publicidade nem patrocínios. A intenção é que uma empresa na área tecnológica do mesmo grupo dê lucro suficiente para financiar o trabalho dos jornalistas. Omidyar pretende investir 250 milhões de dólares no projeto, o mesmo valor que o dono da Amazon, Jeff Bezos, gastou para comprar o Washington Post.



- A partir de: esquerda.net