sábado, 21 de fevereiro de 2015

"O Syriza está a recuar?" - Por Stathis Kouvelakis







(divulgação)



O Syriza está a recuar?


É muito difícil ter uma visão clara destas negociações paradoxais, dada a completa assimetria na balança de forças, e o facto de um lado ter uma arma apontada à sua cabeça. O que é claro, porém, é que o governo grego retrocedeu em aspectos cruciais e a Alemanha quer uma rendição total. Por Stathis Kouvelakis







Para usar um cliché muito gasto, “os tempos são críticos”. De facto, são mais do que isso: estamos à beira de uma sequência temporal crucial. Todo o comportamento do governo Syriza será julgado pela sua reação à chantagem e aos ultimatos sem precedentes que está a receber por parte dos seus tragicamente denominados “parceiros” europeus.

E as notícias da linha de frente não são agradáveis. É claro que é muito difícil ter uma visão clara da situação atual das negociações – “negociações” que são um paradoxo, dada a completa assimetria na balança de forças, e o facto de um lado ter uma arma (o Banco Central Europeu) apontada à cabeça do outro. O que é claro, porém, é que o governo grego retrocedeu em aspectos cruciais, especialmente no que diz respeito aos seus compromissos para com o povo que o elegeu.

Antes de examinar a substância do pedido para uma extensão do “Programa de Assistência Económica e Financeira” enviado na quarta-feira pelo governo grego a Bruxelas, vejamos com mais detalhe o “documento Moscovici” divulgado pelo governo grego durante a reunião do Eurogrupo na última segunda-feira, na mesma altura em que declarou estar disposto a assiná-lo.

Este documento descarta “ações unilaterais”, estabelece como objetivo fiscal superavits primários num volume indefinido, e reconhece a dívida na sua totalidade. Todos os ajustamentos futuros para a reestruturação da dívida terão de estar em linha com as decisões do Eurogrupo de novembro de 2012.

Essencialmente, a implementação das medidas fundamentais do programa eleitoral do Syriza de Salónica ficam sujeitas à aprovação prévia dos credores, o que corresponde de facto à anulação do programa. Além disso, reconhece os termos odiosos dos acordos com os credores, dessa forma enfraquecendo a posição negocial da Grécia sobre essa questão. É óbvio que ao aceitar este enquadramento como um supostamente “acordo honroso”, o governo do Syriza fica com as mãos atadas.

O pedido de extensão do Programa de Assistência Económica e Financeira inclui todos os pontos acima mencionados e acrescenta – pela primeira vez – o reconhecimento da “supervisão no âmbito da [União Europeia] e do BCE e, no mesmo espírito, com o Fundo Monetário Internacional para a duração de um acordo de extensão (alínea f)”. Por outras palavras, a troika está de volta mas com um nome diferente. Os média gregos já começaram a falar das “Instituições”.

Mas nem isso é suficiente para a UE e o ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble. Tendo compreendido que o lado grego – ansioso por evitar qualquer rotura e até uma ação unilateral – está num caminho constante de retirada, o “parceiro” optou pela rendição total como o seu alvo primordial.

Ao dar uma lição ao governo do Syriza, também estão a advertir o Podemos e qualquer outra força na Europa que possa desafiar a austeridade, os memorandos e a escravatura da dívida. O lado alemão rejeitou tanto o pedido grego para o Programa de Assistência Económica e Financeira, aparentemente visando mais concessões da Grécia, e a completa humilhação do governo de esquerda grego.


"Não pode ser descartado que a escalada de exigências da UE e dos credores seja rejeitada por um governo que empreendeu alguns compromissos básicos para com o seu povo.

É aqui, talvez, que reside a esperança. Não pode ser descartado que a escalada de exigências da UE e dos credores seja rejeitada por um governo que empreendeu alguns compromissos básicos para com o seu povo. E, mais importante, serão rejeitados por um povo que acredita de novo na esperança e que a leva para as ruas e praças do país. Uma retirada não deveria ser tratada como inevitável, e o governo grego merece apoio até o ponto em que aguente firme na guerra travada contra ele.

Qualquer que seja a conclusão, uma coisa é certa. Todos os argumentos tranquilizadores que circularam nos últimos anos – acerca de um bluff europeu, acerca da possibilidade de derrotar a austeridade dentro da eurozona, de separar os acordos com os credores dos memorandos, de soluções na linha da conferência de Londres de 1953 sobre a dívida alemã (quer dizer, de uma reestruturação favorável ao devedor com o acordo do credor) – por outras palavras, os elementos constituintes da narrativa do “bom euro” – entraram todos em colapso.

Nalgum momento, também nos devem explicações sobre isto.


Stathis Kouvelakis é professor de Filosofia Política no King’s College de Londres e membro do Comité Central do Syriza.

Publicado em Jacobin

Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net




- A partir de: esquerda.net



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

(...) “É uma declaração de guerra aberta contra o governo de Tsipras [e as decisões democráticas da população grega - acrescentaria]: ou renuncia à sua política ou os bancos gregos vão à falência. O BCE opta por uma estratégia de caos (...)” - Por Michel Husson








(Divulgação)




Grécia: começou o braço-de-ferro


Interesses poderosos não aceitam a vitória eleitoral do Syriza e adotam a tática do caos: querem dizer à Europa que negociar não é possível. Por Michel Husson, A l'encontre





A tarefa mais urgente e mais determinante é construir, em toda a Europa, a resistência às pressões que a Grécia sofre. Foto Left.gr



O Banco Central Europeu (BCE) acaba de tomar uma decisão de uma brutalidade inaudita: a partir de 11 de fevereiro, não aceitará os títulos públicos gregos como contrapartida à liquidez concedida aos bancos gregos1. É uma declaração de guerra aberta contra o governo de Tsipras: ou renuncia à sua política ou os bancos gregos vão à falência. O BCE opta por uma estratégia de caos, cujas consequências são absolutamente imprevisíveis.

Super Mário: o fim das ilusões

A nomeação de Mario Draghi à frente do BCE foi, em si mesmo, uma provocação. É preciso recordar que a entrada da Grécia na zona do euro, em 2001, foi possível graças à maquilhagem das suas contas, realizada sob a supervisão do banco Goldman Sachs. Este tinha aconselhado o governo grego, que utilizara produtos derivados a fim de reduzir a amplitude do seu défice orçamental. Mais tarde, a fraude foi reconhecida e as contas, corrigidas. Mas Mario Draghi atuou como vice-presidente do Goldman Sachs para Europa de 2002 a 2005 e, por isso, é difícil acreditar que ele não estivesse ciente dessas manipulações, nem dos 300 milhões de dólares que haviam reportado a seu banco. Depois de suceder a Jean-Paul Trichet na chefia do BCE, este último, diante de uma pergunta de um jornalista sobre o passado de Draghi no Goldman Sachs, respondeu com um silêncio sonoro e revelador2.

“Tudo o que for necessário para salvar o euro”: com essa fórmula proferida num discurso no último dia 26 de julho, Draghi fez acreditar que, sob o seu mandato, o Banco Central Europeu fosse implementar uma política mais acomodável. O anúncio posterior de uma Quantitative Easing à europeia, ou seja, compras massivas de títulos públicos no mercado secundário, teve dois efeitos. Indicando aos mercados financeiros que os seus ataques especulativos seriam sistematicamente anulados, permitiu desinflar um pouco as taxas de juros concedidas aos países em dificuldades; e estabelecendo distância do dogma merkeliano, dava a impressão de que a zona do euro dava um pequeno passo em direção a uma gestão mais solidária em relação às dívidas soberanas. O anúncio do plano de investimento por Juncker parecia confirmar essa impressão de que a política europeia estava a começar a reorientar-se. Ilusões que já foram dissipadas, por exemplo, por Pierre Khalfa3, que apontou os limites do “Super Mário” e as enganosas aparências do plano Juncker.

Mas a decisão do BCE foi o fim da brincadeira e redescobrimos que os princípios da austeridade europeia não variaram uma polegada. O primeiro princípio é que as dívidas devem ser pagas. No caso grego, a sua consequência é particularmente clara. Em 2012, a dívida grega teve um corte (haircut); isto é, foi reestruturada. Mas tal reestruturação era bem mais modesta, dado que, segundo as próprias estatísticas da Comissão Europeia, a dívida grega passou de 356 mil milhões de euros no final de 2011 para 305 mil milhões no final de 2012 – isso quer dizer uma redução efetiva de 51 mil milhões (14% do total). Na realidade, foi sobretudo uma reestruturação dos créditos dos bancos privados que, mediante uma modesta redução, se viram livres desses créditos duvidosos e que foram assumidos, na sua grande maioria, pelas instituições europeias. Instituições para as quais aquele era o último esforço a fim de aliviar a carga da dívida. Mas, sempre segundo dados oficiais, no final de 2014 a dívida grega representava 175,4% do PIB. E o objetivo que se impõe à Grécia é reduzi-la a 120%, ou seja, uma redução desmedida e impossível de se alcançar sem dizimar o povo grego.

O segundo princípio é o da condicionalidade, que está omnipresente tanto no Quantitative Easing de Draghi como no plano Juncker: todas as ajudas monetárias ou financeiras estão sujeitas à aplicação das famosas “reformas estruturais”, em consonância com o mandato da troika. Para compreender quão detalhados e brutais podiam ser os enviados da troika nas suas prescrições, basta consultar os seus documentos oficiais (por exemplo, o balanço do programa de ajuste grego4 redigido pela Comissão Europeia em abril de 2014).

Qual renegociação da dívida grega?

O ritmo dos acontecimentos acelera e a decisão unilateral do BCE é uma resposta à tática do novo governo grego. O ministro das finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, é um economista heterodoxo brilhante e um crítico original da financeirização que joga um papel central na aspiração dos excedentes (e dos lucros) pelos Estados Unidos, o que ele chama de “O Minotauro planetário”. Mas é também autor, com Stuart Holland e James Galbraith, de uma "modesta proposta para superar a crise do euro”5, uma variante – hábil – da ideia de euro-obrigações que permitam mutualizar as dívidas soberanas (à altura do umbral fatídico dos 60% do PIB de cada país) e reciclar os fundos assim obtidos para financiar um programa europeu de investimentos, via Banco Europeu de Investimentos. Tratava-se, efetivamente, de uma proposta modesta, levando em conta a amplitude dos desequilíbrios estruturais da zona do euro, e apoiando-se na vontade de tornar compatíveis esses novos dispositivos com regras do jogo europeias.

Alguns dias antes da sua nomeação como ministro, fixava o objetivo de “destruir os fundamentos do sistema oligárquico”6 e este ponto é essencial, por duas razões: o aumento da dívida grega antes da crise é indissociável das punições realizadas por essa oligarquia e, efetivamente, o desenvolvimento da Grécia não é possível sem destruir esse sistema. Aí se apresentam “reformas estruturais” necessárias, mas não são, de forma alguma, as mesmas em que pensa a Comissão Europeia pensa.

Agora, a questão imediata é a da dívida. A posição do novo governo desenhou-se muito rapidamente: afirmação da vontade de negociar, mas lembrando o princípio amplamente compartilhado no Syriza, de “nenhum sacrifício para o euro”, e a rejeição de negociar com a troika. Logo vieram as propostas, cujas linhas gerais foram expostas por Varoufakis7. São moderadas ou razoáveis, e consistem em troca da dívida (swap) pela criação dos novos tipos de títulos. Os primeiros substituiriam as ajudas europeias outorgadas em 2012 no marco do mecanismo europeu de estabilidade (MEE) e seriam indexadas ao crescimento. Os segundos seriam obrigações perpétuas que substituiriam os títulos gregos atualmente nas mãos do Banco Central Europeu.

Varoufakis anunciou em seguida que havia escolhido o banco Lazard para aconselhá-lo na negociação. É o mesmo banco que interveio na reestruturação de 2012. O seu vice-presidente para a Europa é Mathieu Pigasse, banqueiro “de esquerda” que, por outro lado, dirige a Inrockuptibles – uma revista progressista – e controla, com Pierre Bergé e Xavier Niel, o Le Monde e o L'Obs.

Aliviar a dívida, em vez de anulá-la

Pigasse detalhou as suas propostas numa entrevista à France Inter8. Consistem em dividir a dívida por dois, em mãos dos credores públicos, o que resulta numa redução de cerca de 100 mil milhões de euros de um total de 320 mil milhões. Isso permitiria à Grécia alcançar o objetivo de um rácio dívida/PIB de 120% a um custo menor. Isto é, não se trata de uma anulação da dívida, mas de um “alívio” ou de uma “diluição”, para retomar os termos de Pigasse. Assim se explica a ideia de indexar os títulos ao crescimento: “Vou pagá-los enquanto o meu crescimento superar um determinado índice”. Esse primeiro dispositivo atuaria sobre 75 mil milhões de euros. Quanto aos títulos perpétuos, implicam juros, mas podem não ser devolvidos, ou sê-lo num prazo muito longo: 100 ou 150 anos, segundo Pigasse. Isso afetaria os 25 mil milhões de euros restantes.

Essas propostas são uma primeira base de discussão que foi imediatamente alvo de uma demonstração de hostilidade, e conduziu o BCE a tomar a sua decisão, que pode comparar-se a um golpe de Estado financeiro. No entanto, o anúncio dessas propostas tinha tranquilizado os banqueiros gregos, cujas ações haviam recuperado um pouco do terreno perdido. Com um comportamento ambíguo, o BCE fez um segundo anúncio, o de uma ajuda aos bancos gregos de 60 mil milhões de euros, concedida no marco de um procedimento de urgência batizado de ELA (Emergency Liquidity Assurance). A mensagem é, portanto, muito clara: “Os bancos antes do povo”. Essa operação ilustra a vontade, bastante política, de desestabilizar o governo grego, privando-o de qualquer alívio que lhe permita avançar na implementação de seu programa. Varoufakis disse precisar de seis meses: o BCE nega-os.

As coordenadas de uma situação complexa

Agora é preciso avaliar as propostas do governo grego, começando por descartar as cifras extravagantes que circularam. Em França, explicaram-nos que eliminar a dívida grega custaria em média entre 650 e 731 euros a cada contribuinte. Na realidade, o que se deixaria de ganhar não seriam mais do que 10,5 euros por adulto residente na França, conforme estabelece com grande clareza um artigo do La Tribune9.

Em todo caso, o que se pode hoje conhecer do plano de alívio é limitado na sua amplitude e está submetido a grandes incertezas. De facto, não afeta mais do que um terço da dívida total e esta continuaria representando 120% do PIB, o que continua a ser considerável. Ao mesmo tempo, é preciso observar que a carga de reembolsos seria reduzida. Este ponto é importante porque a Grécia, diferente da França, por exemplo, não pode “fazer a reciclagem” da sua dívida – dito de outra forma, endividar-se para cobrir os seus reembolsos, pois já não tem acesso (ou teria só a juros extravagantes) aos mercados financeiros.

Portanto, a questão é saber o que ocorreria com o pagamento dos juros. O impacto depende do que concretamente for negociado, em caso de haver uma negociação. Por exemplo, a indexação sobre o crescimento pode querer dizer que a Grécia não pagaria juros, ou que pagaria menos, enquanto não tiver recuperado uma certa taxa de crescimento? Mas qual seria o ponto de crescimento a partir do qual se desencadeariam os pagamentos de juros? Quanto aos títulos perpétuos, eles têm a vantagem de dispensar reembolsos mas, além de representarem apenas 25 mil milhões de euros, também é preciso perguntar qual seria o nível do juro aplicado. A experiência histórica mostra que as “dívidas perpétuas” foram, em geral, acompanhadas de juros mais elevados.

Podemos então repreender o governo grego por não ter feito subir suficientemente os lances, declarando de forma unilateral uma moratória total da dívida (reembolso e juros) para estabelecer uma melhor correlação de forças inicial? É evidentemente possível, de modo abstrato, mas evitaremos aqui adotar uma posição de força sem dúvida muito mais fácil quando afinal não somos senão um observador a distância.

O balanço daquilo que não passa de um primeiro round não é tão mau. O posicionamento do governo grego baseou-se numa mistura, em princípio bem dosada, de firmeza sobre as orientações e de abertura a uma negociação “razoável”. Isso bastou para fazer o BCE sair do bosque e revelar – como se fosse necessário – a sua verdadeira natureza ao serviço dos interesses da finança. E, sobretudo, o governo ganhou legitimidade: na própria Grécia mesmo, mostrando que faz frente às pressões da finança, mas também no conjunto da Europa, onde o apoio à experiência capitaneada pelo Syriza tem agora um objetivo preciso, o de afrouxar as rédeas do BCE sobre a Grécia.

Também é preciso compreender que o governo grego luta em duas frentes: contra o peso da dívida e, portanto, contra o rigor das instituições europeias; e contra a oligarquia. Sem dúvida, este segundo combate é o mais decisivo para, além das medidas de urgência, colocar a Grécia no caminho de um modelo de desenvolvimento mais estável e, por conseguinte, mais igualitário. No entanto, os ritmos não são os mesmos: a dívida é um tema urgente, mas o combate antioligárquico implica implementar as (boas) reformas estruturais, e isso levará mais tempo. A estratégia consiste em acertar temporariamente a questão da dívida, o que pode permitir reorientar mais rapidamente a ação política sobre a situação interna.

Alguns, como Frédéric Lordon10, pensam que o Syriza não tem mais do que duas opções: ou “passa debaixo da mesa” (dito de outra forma, rende-se), ou se “coloca de pernas para o ar”, saindo do euro. Evidentemente, tendo em conta a furiosa vontade das instituições europeias de fazer a experiência grega fracassar, não se pode desconsiderar uma saída do euro. Mas uma desvalorização não constituiria em si mesmo uma baforada de oxigénio suficiente para reabsorver os desequilíbrios estruturais da economia grega, e não permitiria tampouco proteger-se das medidas de represália.

A Grécia vive um desses períodos nos quais a história se acelera, nos quais as correlações de forças se modificam rapidamente. O seu governo e o seu povo estão diante de interesses poderosos, que não aceitam a vitória eleitoral do Syriza, a vitória de um “voto insurrecional”, segundo o Financial Times. O apoio à experiência levada a cabo na Grécia não pode e não deve ser incondicional: seria o pior dos serviços que lhes poderíamos prestar. Esse apoio deve basear-se numa análise mais detalhada possível da evolução da situação, com sugestões e críticas. Mas a tarefa mais urgente e mais determinante é construir, em toda a Europa, a resistência às pressões que a Grécia sofre, e romper com o seu isolamento. Um recente chamamento lançado pelos principais dirigentes sindicais alemães11 afirma que a Grécia não é uma ameaça, mas sim uma oportunidade para a Europa; outro chamamento internacional de economistas e de universitários manda uma mensagem similar aos governos e às instituições europeias:12 é esse tipo de apoio de que a Grécia precisa, e de forma inédita. O futuro do povo grego é decidido hoje na Grécia.


Publicado em A L'Encontre e Viento Sur. Traduzido pela Carta Maior.

Adaptado para Portugal por Luis Leiria para o Esquerda.net


1Eligibility of Greek bonds used as collateral, Press Release, 4/02/2015 http://www.ecb.europa.eu/press/pr/date/2015/html/pr150204.en.html

2Trichet reste muet sur les liens entre Draghi et Goldman Sachs, Arte, septiembre 2012. http://pinguet.free.fr/triche.htm

3Pierre Khalfa, "Super Mario au secours de l'économie européenne ?", Mediapart, 11/09/2014
http://blogs.mediapart.fr/blog/pierre-khalfa/110914/super-mario-au-secou... "Les faux semblants du plan Juncker", Mediapart, 3/12/2014.

4 Commission européenne, The Second Economic Adjustment Programme for Greece. Fourth Review, Abril 2014.

5 Yanis Varoufakis et Stuart Holland, Une modeste proposition pour surmonter la crise de l'euro, Octubre 2011.

6 Yanis Varoufakis, "We are going to destroy the Greek oligarchy system", Channel 4, 23/01/2015.

7 "Greece finance minister reveals plan to end debt stand-off" , Financial Times, 2/02/2015.

8 Mathieu Pigasse sobre a dívida grega, France Inter, 3/02/2015. http://gesd.free.fr/pigasse115.htm

9 "Ce que coûterait vraiment aux contribuables l'annulation de la dette grecque", Ivan Best, La Tribune, 5/02/2015.

10 Michel Husson, "Lordon ou le syllogisme de la défaite", A l'encontre, 21/01/2015.

11 Griechenland nach der Wahl ? Keine Gefahr, sondern eine Chance für Europa, febrero 2015.

12 Nous sommes avec la Grèce et l'Europe, Février 2015. http://blogs.mediapart.fr/edition/q...




(os destaques a vermelho são da minha responsabilidade)



- A partir de: esquerda.net





quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Apologia da “ingenuidade” ...








- (Citando Chomsky) A forma eficaz de combater (de facto) o terrorismo é deixar de o apoiar – [e praticar] …






- Como a importância e relevância dos discursos e posições são inversamente proporcionais à sua difusão (no “civilizado” ocidente) – aqui ficam algumas (alguns) que os obedientes ,e auto-disciplinados, rafeiros enterteiners (que se dão pelo nome de “jornalistas”) estoicamente ignoram e obliteram da opinião pública ...


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2- Discurso de Hassan Rouhani (Presidente da República Islâmica do Irã) na 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU (a 25 de Julho de 2014)





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(Transcrição/tradução da intervenção, não oficial, realizada pelo pessoal da Vila Vudu - a partir de redecastorphoto)



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Senhor Presidente,
Excelências,
Senhoras e Senhores,

Graças a Deus, o Senhor dos Dois Mundos e Pregador, e que a paz esteja com nosso Profeta Maomé, sua família e seus companheiros.

De início, quero estender minhas sinceras congratulações por sua muito merecida eleição à presidência dessa 69ª Sessão da Assembleia Geral. E meus cumprimentos também a Sua Excia. Sr. Ban Ki-moon, por seus esforços.

É minha esperança sincera que a Sessão dessa Assembleia Geral desse ano leve o mundo, na sua situação atual crítica, um passo mais próximo da segurança e da tranquilidade para os seres humanos – que é, claro, um dos objetivos fundamentais da ONU.

Sr. Presidente,

Venho de uma região do mundo cujas muitas partes ardem hoje no fogo do extremismo e dos excessos. A Leste e a Oeste do meu país, extremistas ameaçam nossos vizinhos, recorrem à violência e derramam sangue. Não falam todos, é claro, uma mesma língua; não têm todos a mesma cor de pele, nem a mesma nacionalidade; e chegaram àquela parte do mundo, o Oriente Médio, provenientes de todo o mundo. Mas, sim, eles têm uma mesma ideologia: “violência e extremismo”. E têm todos, também, um único objetivo: “a destruição da civilização, gerando a islamofobia e criando campo fértil para mais intervenções de exércitos estrangeiros em nossa região”.

Lamento profundamente ter de dizer que o terrorismo é hoje globalizado: “De New York a Mosul, de Damasco a Bagdá, do mais extremo oriente ao mais extremo ocidente do mundo, da Al-Qaeda ao Daesh”. Os extremistas do mundo se encontraram uns os outros e conclamam: “extremistas de todo mundo uni-vos”. Mas e nós? Estamos unidos contra os extremistas?!

O extremismo não é questão regional com a qual só as nações de nossa região tenham de lidar: o extremismo é uma questão global.

Alguns estados ajudaram a criar o extremismo e hoje já não conseguem enfrentá-lo ou controlá-lo. E atualmente os nossos povos estão pagando o preço.

O antiocidentalismo de hoje é fruto do colonialismo de ontem.

O antiocidentalismo de hoje é reação contra o racismo de ontem.

Algumas agências de inteligência puseram punhais nas mãos de possessos que hoje já não poupam ninguém. Todos os que tiveram qualquer função na criação desses grupos terroristas e no apoio que deram a eles devem reconhecer os próprios erros que levaram ao extremismo. Têm de pedir desculpas não só à geração passada, mas também à geração futura.

Para combater as causas subjacentes do terrorismo, é preciso conhecer suas raízes e fazer secar suas fontes. O terrorismo germina onde reine a miséria, o desemprego, a discriminação, a humilhação e a injustiça. E cresce com a cultura da violência. Para erradicar o extremismo é preciso distribuir desenvolvimento e justiça e corrigir as distorções dos ensinamentos divinos postos hoje para justificar brutalidade e crueldade. A dor é aumentada quando esses terroristas espalham sangue e morte em nome da religião, ou degolam em nome do Islã.

O que querem é manter ocultada a incontroversa verdade da história que se baseia nos ensinamentos de todos os profetas divinos, de Abraão e Moisés e Jesus a Maomé (que a Paz esteja com Ele), para os quais tirar uma única vida inocente equivale a assassinar toda a humanidade.

Espanta-me imensamente que esses grupos de assassinos se declarem grupo islâmico. E mais ainda me surpreende que a imprensa-empresa ocidental, alinhada com aqueles assassinos, repita essa mentira, repetição que provoca a ira de todos os muçulmanos.

O povo muçulmano que todos os dias relembra Deus como o Mais Generoso e o Mais Compassivo, e que tantas lições de bondade e empatia aprendeu de seu Profeta, toma essa difamação diária como parte de um projeto para disseminar a islamofobia.

Os fracassos e erros estratégicos do Ocidente no Oriente Médio, Ásia Central e Cáucasos converteram essas partes do mundo em abrigo seguro para terroristas e extremistas.

A agressão militar contra o Afeganistão e contra o Iraque e a interferência imprópria e indevida nos desenvolvimentos na Síria são exemplos claros da abordagem estratégica errada no Oriente Médio.

Como abordagem não pacífica, a agressão e a ocupação atacam a vida e os espaços de moradia e sobrevivência de pessoas comuns; a agressão e a ocupação resultam em consequências comportamentais e psicológicas de aversão, que hoje se manifestam sob a forma de violência e morte no Oriente Médio e no Norte da África, a ponto, mesmo, de atrair para lá cidadãos de outras partes do mundo. A violência atualmente se difunde para todos os cantos do mundo, como doença contagiosa.

Nós sempre acreditamos que a democracia não pode ser transplantada de terras distantes; democracia é resultado de desenvolvimento e crescimento; não é resultado de guerra e agressão. Democracia não é item de exportação que possa ser comercialmente exportado do ocidente para o oriente. Numa sociedade subdesenvolvida, democracia importada só gera governos fracos e vulneráveis.

Quando generais põem os coturnos numa região, que não esperem ser recebidos com afeto pelos diplomatas: quando a guerra começa, a diplomacia tende a parar. Quando a atmosfera no Oriente Médio for de confiança e segurança, a resposta será, também de confiança e segurança. Mas se se impõem sanções, começa simultaneamente a implantar-se uma ira profunda contra os sancionadores.

Os interesses dos países ocidentais em nossa região estão associados ao reconhecimento de nossas crenças, por aqueles países; e ao reconhecimento por eles, também, de que nosso povo deseja governo democrático na região.

A experiência de criação da Al-Qaeda, dos Talibã, dos modernos grupos extremistas demonstrou que é possível servir-se de grupos extremistas como instrumento contra estado não amistoso e, ao mesmo tempo, fingir que não se veem as consequências de um extremismo sempre crescente. Causa grande perplexidade que se repitam os mesmos erros, apesar das muitas dolorosas experiências.

Relembremos que o Irã convidou todos para um “diálogo” antes dos atos criminosos de 11 de setembro; e que também clamamos por “um mundo contra a violência e o extremismo” antes que eclodissem as atuais atrocidades. Talvez, no passado, pouca gente fosse capaz de prever o incêndio que arde hoje. Mas agora o extremismo e a violência absolutamente fora de controle são ameaça iminente para o mundo.

É autoevidente que sem compreensão acurada de como se geraram as condições que há hoje, jamais encontraremos as solução certas. Hoje, mais uma vez, tenho de alertar contra a disseminação do extremismo e o perigo imposto pela compreensão inadequada e por qualquer abordagem errada desse fenômeno.

O Oriente Médio anseia por desenvolvimento e está farto de guerras. É direito natural dos povos das terras férteis do Oriente Médio viver em paz e prosperidade.

No passado, o colonialismo negou esse direito a eles e, hoje, a sombra da guerra e da violência ameaça a segurança daqueles mesmos povos.

Em nossa região há políticos moderados e elites que gozam da confiança do povo. Não são nem anti-Ocidente nem pró-Ocidente. Embora não esqueçam o papel que teve o colonialismo no atrasamento de suas nações, não esquecem que suas próprias nações são capazes de, elas mesmas, alcançar o desenvolvimento pelo qual anseiam.

Não que absolvam o ocidente pelos seus muitos erros e malfeitos, mas sabem ver também os próprios fracassos. Esses homens e mulheres podem assumir posições de liderança ativa e reunir à volta deles a confiança de suas respectivas sociedades, e estabelecer as mais potentes coalizões nacionais e internacionais contra a violência.

As vozes desses homens e mulheres são as verdadeiras vozes da moderação no mundo islâmico; a fala familiar de um afegão farto de guerras; de um iraquiano vítima do extremismo; de um sírio horrorizado com a ação de terroristas; de um libanês que é atormentado pela violência e pelo sectarismo.

Entendo que há erro estratégico, se países de longe da região se autoproclamem líderes de uma ou outra coalizão, exclusivamente para tentar proteger a própria hegemonia na região.

Obviamente, porque a dor é velha conhecida dos povos do Oriente, não dos que chegam de longe, a melhor coalizão possível será a que se forme na própria região, e que assuma sobre os próprios ombros a responsabilidade por liderar a luta contra a violência e o terrorismo. E se outras nações do mundo tiverem real desejo e interesse legítimo em agir contra o terrorismo, sempre poderão acorrer e apoiar a coalizão local.

Advirto que, se não soubermos aliar nossas forças contra o extremismo e a violência hoje, e se fracassarmos no trabalho de alistar os povos da região para que resistam contra o extremismo, amanhã o mundo já não será seguro para ninguém.

Sr. Presidente,

Ano passado, tentei cumprir o papel do meu país na realização da paz nos dois níveis, regional e internacional, e ofereci uma proposta sobre “um mundo contra a Violência e o Extremismo” – que mereceu apoio geral.

Na tumultuada, caótica região que é o Oriente Médio, o Irã é uma das nações mais tranquilas, seguras e estáveis. Mas todas as nações da região têm de manter em mente que estamos no mesmo barco. Assim, precisamos de ampla cooperação para tudo que tenha a ver com nossa vida social e política, e com questões de segurança e defesa, com vistas a alcançar compreensão durável e comum a nós todos.

Se já houvesse maior cooperação e melhor coordenação no Oriente Médio, milhares de palestinos inocentes não teriam tombado em Gaza, vítimas da agressão pelo regime sionista. Entendemos que a interação e a construção de confiança entre os estados da região é fundamentalmente essencial para a resolução de conflitos. Apoiamos qualquer medida que promova cooperação entre nações islâmicas para combater o extremismo, as ameaças e a agressão e, nesse campo, estamos preparados para cumprir nosso papel construtivo e positivo permanente.

Sr. Presidente,

As opressivas sanções impostas ao Irã prosseguem, na sequência de erro estratégico contra nação independente e moderada, considerado o delicado quadro geral em nossa região. Durante o ano passado, nos engajamos no diálogo mais transparente, para construir confiança em torno do programa nuclear iraniano para finalidades pacíficas. Abrimos agenda para negociações sérias e honestas, não como resultado de sanções ou efeito de ameaças, mas porque era desejo do povo do Irã que seu governo negociasse.

Somos de opinião que a questão nuclear só pode ser resolvida mediante negociação, e quem considere qualquer outra via comete erro grave. Qualquer demora que adie um acordo final só faz aumentar os custos; não só para prejuízo do Irã, mas também para prejuízo da economia de outras partes envolvidas e das possibilidades de desenvolvimento e segurança em nossa região. Ninguém deve duvidar de que concessões e acordos, nessa questão, sempre serão feitos com vistas ao melhor interesse de todos, sobretudo das nações da região.

As negociações nucleares entre o Irã e o Grupo 5+1 prosseguiram, ano passado, com seriedade e otimismo de ambas as partes. Segundo todos os observadores internacionais, a República Islâmica do Irã cumpriu, de boa fé, todos os compromissos que assumiu. Apesar disso, algumas das observações e ações de nossos contrapartes criaram algumas dúvidas sobre a determinação deles e o realismo da posição deles. Mesmo assim esperamos ainda que as negociações em andamento levem a um acordo final, no curto período de tempo que resta para negociar.

Estamos comprometidos a perseverar em nosso programa nuclear para finalidades pacíficas, inclusive com enriquecimento de urânio, e a usufruir plenamente todos os direitos nucleares que são nossos em território iraniano, nos termos prescritos pela lei internacional.

Estamos decididos a continuar as negociações com nossos interlocutores em honestidade e boa fé, baseados no respeito e na confiança mútuos, na remoção de todas as preocupações de ambos os lados, em pés de igualdade e reconhecidos todas as normas e princípios internacionais. Creio que os dois lados devem manter-se aderidos à estrita implementação dos compromissos. Evitar demandas excessivas nas negociações, por nossos contrapartes, é pré-requisito para o sucesso das negociações. Um acordo final sobre o programa nuclear para finalidades pacíficas do Irã pode servir como primeiro movimento de uma colaboração multilateral para promover segurança, paz e desenvolvimento em nossa região e além dela.

O povo do Irã, que tem sido submetido a pressões, especialmente nos últimos três anos, como efeito de continuadas sanções, não pode confiar em nenhuma cooperação de segurança entre seu próprio governo e os que impuseram aquelas sanções e criaram tantos obstáculos contra a satisfação das mais básicas necessidades do povo do Irã, como comida e remédios. As sanções criarão impedimentos ainda adicionais, no caminho de qualquer cooperação futura de longo prazo.

O povo do Irã é devotado a alguns princípios e valores no topo dos quais estão a independência, o desenvolvimento e o orgulho nacional. Nosso povo avalia o comportamento de seu governo pelos mesmos critérios. Se esse óbvio fato nacional não é compreendidos pelos nossos parceiros negociadores e eles cometem erros ofensas graves no processo, uma oportunidade histórica e excepcional será desperdiçada.

Como os senhores sabem, durante as negociações nucleares que estão em negociação nesse ano, o governo iraniano tomou algumas iniciativas que criaram novas condições favoráveis, que resultara, naquela fase, no Plano Conjunto de Ação de Genebra. Estamos determinados a continuar na nossa abordagem de construir confiança e oferecer máxima transparência nesse processo. Se nossos interlocutores estão igualmente motivados e são igualmente flexíveis, podemos superar o problema e alcançar acordo duradouro, mesmo no curto tempo que nos resta. Nesse caso, emergirá um ambiente inteiramente novo, para cooperação nos planos regional e internacional, permitindo maior foco em algumas questões regionais muito importantes como combater a violência e o extremismo na região.

Chegar a um acordo nuclear final e compreensivo com o Irã será oportunidade histórica para que o ocidente mostre que não se opõe ao avanço e ao desenvolvimento de outros países e não discrimina no que tenha a ver com respeitar leis e regulações internacionais. Esse acordo pode levar mensagem de paz e segurança, indicando que o modo pelo qual alcançar a resolução dos conflitos é a negociação e o respeito, nunca o conflito e a sanção.

Sr. Presidente, Senhoras e senhores,

Ano passado a grande nação do Irã participou de amplas, calmas, importantes eleições presidenciais, e endossou o discurso de “Antevisão, Esperança e Moderação Prudente”. Depois das eleições, o povo do Irã apoia o seu governo eleito nos esforços para construir o país. Enquanto alguns dos países em torno do Irã caíram presa da guerra e dos tumultos, o Irã permanece em segurança, estável e calmo.

A política baseada em princípios de meu governo existe para trabalhar na direção de interações construtivas com nossos vizinhos, baseada em mútuo respeito e com ênfase em interesses comuns. A noção de que o Irã buscaria controlar outros países na região é mito reposto em circulação em anos recentes, no contexto de um projeto iranofóbico. Os que dizem que o Irã buscaria controlar outros países carecem de inimigos imaginados, para manter vivas as tensões e semear divisões e conflitos e, assim, vão trabalhando para que os recursos nacionais não sejam aplicados no desenvolvimento do nosso país. Nós trabalhamos para pôr fim a essa iranofobia delirante, preparando as condições para construir parcerias estratégicas com nossos vizinhos.

Concluindo, ano passado alertei contra a expansão da violência e do extremismo. Esse ano volto a alertar: se a abordagem correta não for adotada para enfrentar as questões que se veem à nossa volta, nos aproximamos ainda mais de ter região turbulenta e tumultuada, o que terá repercussões em todo o mundo. A solução correta para as dificuldades que há nasce dentro da região e provê regionalmente as soluções necessárias; com o apoio internacional, sim, mas não vinda de fora da região.

Deus Todo Poderoso prometeu aos que creem e cumprem bem os próprios deveres, que Ele lhes garantiria a sucessão na autoridade sobre a terra, e que todos os medos dos homens e mulheres seriam convertidos em paz e segurança.

Minha mais sincera esperança é que nossa geração cumpra o seu dever e deixe um planeta mais seguro e desenvolvido, como legado dela à próxima geração. Desejo sucesso a todos.


Obrigado.




(Os sublinhados são da minha responsabilidade)



- A partir de: redecastorphoto






terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Finalmente a tão esperada salvação – FMI (falta a solícita UE …) anuncia 'ajuda' de $ 17.5 bn a Kiev ...









É 1 ambicioso programa, duro e não é sem risco”: informa Lagarde – bom, se Lagarde o diz ...



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(divulgação)




Alec Luhn in Kiev

Thursday 12 February 2015 10.11 GMT Last modified on Thursday 12 February 2015 10.30 GMT
Deal, under which Kiev will have to cut spending, restructure banks and fight corruption, comes as leaders meeting in Minsk agree ceasefire for east of country



The head of the IMF, Christine Lagarde, described the programme as ambitious, tough and ‘not without risk’. Photograph: François Lenoir/Reuters


The International Monetary Fund has announced a $17.5bn (£11.5bn) loan to war-stricken Ukraine, extending the lifeline keeping the country from bankruptcy.

The announcement came as the leaders of Russia, Ukraine, Germany and France agreed a ceasefire deal for the east the country. Nine people were reportedly killed and 35 wounded on Thursday morning.

The head of the IMF, Christine Lagarde, told reporters in Brussels that the organisation had reached a staff-level agreement with the Ukrainian government on a new four-year economic reform programme and a $17.5bn loan.

The deal replaces another $17bn loan programme announced by the IMF in April, of which $4.5bn was distributed, meaning the IMF’s total financing will be $22bn.

“It is an ambitious programme, it is a tough programme and it is not without risk,” Lagarde said. “But it is also a realistic programme and its effective implementation, after consideration and approval by our executive board, can represent a turning point for Ukraine.”

In exchange for the sorely needed cash, Kiev will have to cut spending, restructure its banks and take further measures to fight corruption. Slashing expenditure on social services and other benefits is certain to be an unpopular move with the public, whose resources are already stretched.

State workers at Ukraine’s major rocket engine-maker Yuzhmash have been on strike this week after seven months without pay.

Ukraine’s economy, which has been in crisis for years, has been struck a huge blow by the conflict in the east, which costs Kiev $8m a day, according to the country’s president, Petro Poroshenko.

The hryvnia lost half of its value in just two days this month after the government announced it would stop propping up the currency, and foreign currency reserves have dwindled to $6.42bn.

The country’s economy shrank by 7.5% last year in the most “difficult year since at least the second world war,” the head of the central bank said at the end of December.




(os sublinhados são da minha responsabilidade)



- A partir de: the guardian





sábado, 7 de fevereiro de 2015

“Não à chantagem! Não capitulamos! Não temos medo! Não voltamos atrás! Venceremos!” - Grécia







(Divulgação)



Gregos vão às ruas contra a chantagem


Convocatória partiu das redes sociais, depois que se souberam as medidas do BCE e as exigências do governo alemão. O seu lema foi: “Não à chantagem! Não capitulamos! Não temos medo! Não voltamos atrás! Venceremos!”



Manifestação foi convocada nas redes sociais. Foto left.gr


Os gregos reagiram com manifestações de rua às pressões do BCE do governo alemão que procuram reverter o rumo antiausteridade imposto pelo novo governo de Atenas.

No próprio dia em que o Banco Central Europeu anunciou restrições ao crédito aos bancos gregos e que o ministro das Finanças alemão exigiu a reversão das novas medidas adotadas pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, uma convocatória nascida nas redes sociais reuniu muitos milhares dee pessoas em muitas cidades do país.


A multidão, desta vez, é em apoio ao governo. E não há barreiras. Foto do Keep talking Greece

O seu lema foi: “Não à chantagem! Não capitulamos! Não temos medo! Não voltamos atrás! Venceremos!”

Para além da concentração na praça Syntagma, em Atenas, houve manifestações em Salónica, Patras, Heraklion, Chania, Kastoria e outras cidades.



Manifestação em Iraklio, Creta




- A partir de: esquerda.net