quinta-feira, 29 de setembro de 2011

De Mário Viegas e outros poetas ... (2)







- De Arnaldo Saraiva

Portugal


Os novos donos tropeçam nos antigos
   enchem os grémios as igrejas as
                         p
                           a
                              n
                            ç
                          a
                        s
coçam pudicamente as partes da vergonha
trocam galhardetes
             salamaleques
                        tintas
                      pluralistas

pálidos ainda ontem ei-los agora inchados
heróis auto-condecorados da coisa pública
            não tiram o olho da privada

a meteorologia é-lhes favorável por enquanto
                   mas temem os tremores
            da terra
em nome da vida (curta)
            soletram a história sono lenta

disse Pessoa
       A Europa jaz, posta nos cotovelos.
       O rosto com que fita é Portugal.

              Os novos donos velhos
   estão com a Europa deles que está com eles
mas viram pessoas (e coisas) do avesso
   onde se via “rosto” su/põem eles “traseiro”

e divertidos com a fita

                  a
       lá vão c  ntando evacuando
                  o

    patrioticamente
  até Portugal ser “de novo” um país de

           h
         c   a   c   a
                     h


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

15 de Outubro







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PROTESTO APARTIDÁRIO, LAICO E PACÍFICO

− Pela Democracia participativa.
− Pela transparência nas decisões políticas.
− Pelo fim da precariedade de vida.

Somos “gerações à rasca”, pessoas que trabalham, precárias, desempregadas ou em vias de despedimento, estudantes, migrantes e reformadas, insatisfeitas com as nossas condições de vida.
Hoje vimos para a rua, na Europa e no Mundo, de forma não violenta, expressar a nossa indignação e protesto face ao actual modelo de governação política, económica e social. Um modelo que não nos serve, que nos oprime e não nos representa.

A actual governação assenta numa falsa democracia em que as decisões estão restritas às salas fechadas dos parlamentos, gabinetes ministeriais e instâncias internacionais. Um sistema sem qualquer tipo de controlo cidadão, refém de um modelo económico-financeiro, sem preocupações sociais ou ambientais e que fomenta as desigualdades, a pobreza e a perda de direitos à escala global. Democracia não é isto!

Queremos uma Democracia participativa, onde as pessoas possam intervir activa e efectivamente nas decisões. Uma Democracia em que o exercício dos cargos públicos seja baseado na integridade e defesa do interesse e bem-estar comuns.

Queremos uma Democracia onde os mais ricos não sejam protegidos por regimes de excepção.
Queremos um sistema fiscal progressivo e transparente, onde a riqueza seja justamente distribuída e a segurança social não seja descapitalizada; onde todas as pessoas contribuam de forma justa e imparcial e os direitos e deveres dos cidadãos estejam assegurados.

Queremos uma Democracia onde quem comete abuso de poder e crimes económicos e financeiros seja efectivamente responsabilizado por um sistema judicial independente, menos burocrático e sem dualidade de critérios. Uma Democracia onde políticas estruturantes não sejam adoptadas sem esclarecimento e participação activa das pessoas. Não tomamos a crise como inevitável. Exigimos saber de que forma chegámos a esta recessão, a quem devemos o quê e sob que condições.

As pessoas não são descartáveis, nem podem estar dependentes da especulação de mercados bolsistas e de interesses financeiros que as reduzem à condição de mercadorias. O princípio constitucional conquistado a 25 de Abril de 1974 e consagrado em todo o mundo democrático de
que a economia se deve subordinar aos interesses gerais da sociedade é totalmente pervertido pela imposição de medidas, como as do programa da troika, que conduzem à perda de direitos laborais, ao desmantelamento da saúde, do ensino público e da cultura com argumentos economicistas.

Os recursos naturais como a água, bem como os sectores estratégicos, são bens públicos não privatizáveis. Uma Democracia abandona o seu futuro quando o trabalho, educação, saúde, habitação, cultura e bem-estar são tidos apenas como regalias de alguns ou privatizados sem que daí advenha qualquer benefício para as pessoas.

A qualidade de uma Democracia mede-se pela forma como trata as pessoas que a integram.
Isto não tem que ser assim! Em Portugal e no mundo, dia 15 de Outubro dizemos basta!

A Democracia sai à rua. E nós saímos com ela.

Organizações subscritoras Acampada Lisboa – Democracia Verdadeira Já 19M
Alvorada Ribatejo
Attac Portugal
Indignados Lisboa
M12M – Movimento 12 de Março
Movimento de Professores e Educadores 3R’s
Portugal Uncut
Precários Inflexíveis
 




A partir de   PT UNCUT


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

17 de Setembro



- 17 de Setembro às 17h, Rossio - Concentração/Protesto.

- Contra o desmantelamento da Cultura e Artes.

- "Artistas e Públicos Indignados"





Informações em    precári@s inflexíveis 


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Ó ninfas dos bosques, chorai ..."









- Gombert (Séc. XVI)



As sombras da morte envolvem-me!
Tormentos infernais cercam-me!



Chorai, ó musas chorai, filhas melodiosas do poderoso Júpiter!
Os ciprestes curvam-se sobre si – Josquin morreu.
O ornamento dos templos e o vosso.

Ó morte cruel e sinistra que privais os templos e as aristocratas residências da doce música.
Amaldiçoada sejais, por nos privares do bem e nos deixares o mal.

Mas atenta, morte infame: Apolo, munido de suas armas ameaça destruir-te e exorta as musas a adornar seus cabelos de louro e ouro.

Josquin, diz-nos que foi caro a Júpiter. Triunfando agora entre os celestiais residentes,
entoando a sua doce música
adorno dos templos
e das musas.