segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ode à Água



Tu água que no teu seio permitiste que a vida surgisse.

Tu água que sempre correste livre.

Tu, que vives no seio de todos os seres.

Tu, que irrigas cada interstício e célula viva.

Tu, que permites toda a existência, transportando a cada célula os vitais nutrientes.

Tu, que circulas livre por cada sanguíneo vaso.

Tu, que generosamente distribuis o oxigénio em cada ser.

Tu, que maioritariamente compões todos os organismos.

Tu, cujo poder sobre a vida é total – e que para a eliminares bastar-te-ia paralizares o teu incessante movimento por breves instantes.

- A Ti venero!

A Ti admiro a cada inspiração.

De Ti me recordo 25 mil vezes por dia, 9 milhões de vezes por ano ...


Foi preciso esperar 4 600 milhões de anos de história deste planeta e 4 milhões de pré-história/história da humanidade – até que; eis - de ti se lembrassem como objecto de negócio.
De Ti, que sempre de forma inteiramente desinteressada serviste a vida.

Tiveste que esperar 4 600 milhões de anos até que se se lembrassem de te controlar e obscenamente entregar às mãos de obscuros e privados interesses – a Ti, que apenas o desinteresse conheces.

A Ti, que benevolamente permitiste o florescimento de toda a vida – neste único canto do vasto cosmos onde esta é conhecida.

É possuído de infindável opróbio e de inquietante indignação que a Ti me dirijo.

É a Ti, ainda, vital substância, que alguns usam como forma de subjugação de outros.

É a Ti – que dos céus livremente tombas – que em algumas latitudes estas “modernas civilizações”, despudoramente, chegam a impedir que livremente sejas recolhida e a vital sede saciar – de muitos.
Em vis civilizações onde tudo é mercantilizável e a desumanização impera.
(E onde a devastação só o é se for absoluta!).


São o pudor e a humildade que escasseiam por estes “civilizados" tempos.
(Onde a visão integrante se perdeu …).


- É trespassado de vergonha que perante ti me curvo – Oh Água!



Sem comentários:

Enviar um comentário