sexta-feira, 15 de março de 2019

A ti ...

 














A ti, 
poeta 
do indizível 
pintor
do incorpóreo
músico breve
filósofo
cineasta 
do fecundo
esteta 
do improvável

em etéreas 
deambulações
pelas orlas do infinito
por vezes encontro

teu sentido trágico
inspiro

abobadados vãos
de arcos em destroços,
despojos de pedra e memória,
percorro
nostálgico
socorro-me
em ti
de ti 
de mim






tu,
arquitecto 
de saberes múltiplos

convoco-te,
errático 
evoco
tua imponderável 
sabedoria
bela
grave
plena

comovo-me!
transmuto-me
num espasmo
perante a autenticidade 
insondável
dos rostos
dos gestos
que apenas a tua mestria os segredos conhece






ondulo
ao sabor 
vibrante
suave
transparente
da líquida corrente

o espanto
espreita
invade-me!
atordoa-me!

teu sussurro 
perene
toca-me
acaricia-me 

a brisa
sopra
volatiliza
a matéria,
vivifica-a!





a ti,
com urgência
recorro
uma
e outra
vezes mil!

em tua múltipla plenitude
recosto-me
aconchego-me
adormeço ...







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