quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Os injustiçados

 







- Duas “vítimas” da justiça nacional vieram recentemente reclamar na praça pública. 

A consternação moveu-os; nos media revelaram-nos o quão chocados e humilhados se encontram. 


- 1 formou-se em subtrair poupanças e outros bens. 

O outro tornou-se especialista em bandidagem.


- 1 afirma haver (na cena do crime nacional) gente pior. 

O outro afirma-se justiceiro.


- 1 não mostrou arrependimento. 

O outro disse que voltaria a repetir tudo (coisa que faz a cada dia; qual, bandido, viciado e incurável). 


- 1 não tem pingo de vergonha.

O outro, além disso, instila repulsa e asco.


- Ambos nutrem especial apreço por animais  domésticos:

1 tem inclinação por canídeos, o outro prefere felinos. 


- 1 tem longa carreira no meio bancário.

O outro ascendeu, recentemente, como cruzado movido pela senda da justiça e da  perseguição sem tréguas a todos os criminosos (com a condição, obviamente, do criminoso não ser o próprio).


- 1 pede indulto.

O outro quer 3 tachos ministeriais no governo. 


- 1 escapou e encontra-se a apanhar sol em parte incerta.

O outro – por enquanto – não.


- Ambas as personagens  comungam da mesma opinião: o tribunal europeu é que irá trazer a reparação e a justiça.



- Acrescente-se que, quanto a isso; o 2º, sabe-se, tem o alto patrocínio divino assegurado. Quanto ao outro, desconhece-se.